Mato Grosso, principal estado produtor de milho do Brasil, enfrenta uma queda significativa na demanda pelo grão durante a safra 2023/2024. De acordo com o relatório do Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (IMEA), a demanda total pelo milho mato-grossense diminuiu 6,08% em comparação com o ciclo anterior (22/23), totalizando 48,20 milhões de toneladas.
Apesar do estado continuar sendo uma potência na produção de milho, com uma oferta projetada de 49,33 milhões de toneladas para o ciclo atual, a retração na demanda levanta preocupações para o setor. O maior responsável por essa queda está nas exportações, que recuaram 9,63% em comparação à safra passada, ainda que representem a maior fatia da demanda estadual, com 56,65%.
No mercado interno, o consumo dentro de Mato Grosso cresceu 6,42%, puxado principalmente pelo aumento na utilização do milho pelas usinas de etanol, que são as maiores consumidoras locais, representando 73,83% do total. Contudo, esse crescimento não foi suficiente para compensar o encolhimento nas exportações e no consumo interestadual, que caiu expressivos 14,26%.
O relatório do IMEA também destaca a manutenção da produtividade, que se manteve elevada apesar das dificuldades. A média de produção ficou em 115,14 sacas por hectare, um leve aumento em relação à última estimativa, mas ainda 1,42% abaixo da produtividade recorde registrada no ciclo 2022/2023.
Com o estoque final estimado em 1,13 milhões de toneladas, os analistas alertam que, se a demanda não retomar o ritmo de crescimento nos próximos meses, os impactos para o mercado e para os produtores podem ser expressivos. "Ainda há incertezas em torno das condições econômicas globais e da competitividade do milho brasileiro no cenário internacional", apontou o relatório.
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