A juíza Anglizey Solivan de Oliveira, da 1ª Vara Regional e Especializada em Recuperação Judicial e Falência de Cuiabá, deferiu o pedido de recuperação judicial do Grupo Bergamasco, que enfrenta uma dívida declarada de R$ 236 milhões. A magistrada já havia suspendido ações de execução contra o grupo por 60 dias ao deferir a tutela cautelar de urgência. Agora, a blindagem dos bens essenciais à atividade do grupo foi estendida para 180 dias, e o plano de recuperação judicial deve ser apresentado em até dois meses.
O Grupo Bergamasco é composto pela família de produtores rurais José Osmar Bergamasco, Jefferson C. Bergamasco e Jacson C. Bergamasco, com atividades nos municípios de Nova Mutum, Tapurah e São José do Rio Claro, envolvendo produção de soja, milho e criação de gado. Com mais de 50 anos de atuação, as empresas do grupo empregam atualmente 36 funcionários diretos.
O pedido de recuperação judicial destaca a baixa produtividade devido à escassez de chuvas em 2017, o aumento dos juros, os impactos da pandemia e até um incêndio acidental na plantação, no qual José Bergamasco sofreu queimaduras em 50% do corpo ao tentar combater as chamas.
A advogada Ramirhis Laura, da ERS Advocacia, responsável pelo pedido de recuperação judicial do grupo, destaca a resiliência da família produtora que, apesar das adversidades, busca a recuperação judicial para manter suas atividades. Na decisão, a magistrada nomeou a empresa EX Lege Administração Judicial Ltda., de propriedade de Breno Augusto Pinto de Miranda, como Administrador Judicial.