O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, afirmou, nesta terça-feira (04.02), que o crescimento acelerado da agropecuária brasileira tem imposto desafios cada vez maiores à implementação dos Planos Safra, essenciais para garantir o financiamento do setor.
Segundo ele, com a evolução do agronegócio e o aumento da demanda por crédito rural, os mecanismos tradicionais de captação de recursos — como o direcionamento de verbas da poupança, depósitos à vista e Letras de Crédito do Agronegócio (LCAs) — já não são suficientes para atender plenamente às necessidades do setor.
“O atual Plano Safra, considerado recorde, disponibiliza mais de R$ 500 bilhões para as estruturas empresarial e familiar. No entanto, a estimativa é que o custeio total da safra brasileira ultrapasse R$ 1 trilhão, evidenciando um déficit significativo de financiamento. Além disso, o cenário de elevação da Selic, taxa básica de juros, impõe desafios adicionais à manutenção da competitividade do agronegócio nacional”, afirmou o ministro.
Diante desse contexto, Fávaro destacou que o governo busca alternativas para ampliar a captação de recursos. “Já apresentamos algumas propostas ao ministro Fernando Haddad, que está trabalhando nessa questão. Uma das alternativas é a captação de recursos internacionais com juros muito mais competitivos. Naturalmente, essa estratégia deve estar atrelada a boas práticas de sustentabilidade, algo que já faz parte da realidade da maioria dos produtores brasileiros. Esse pode ser um caminho viável para aumentarmos a disponibilidade de financiamento externo”, explicou.
Por fim, o ministro ressaltou que a ampliação das fontes de financiamento para o setor agropecuário é essencial para garantir o crescimento exponencial da produção e preservar a posição do Brasil como um dos principais players do agronegócio global. Com esse objetivo, espera que o próximo Plano Safra, previsto para junho deste ano, seja ainda mais robusto e adequado às necessidades do setor.
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