O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aprovou um pacote de financiamentos no valor de R$ 216,6 milhões para a construção e ampliação de armazéns agrícolas em três estados brasileiros. Os recursos serão destinados a cooperativas e empresas do setor agroindustrial no Paraná, Mato Grosso do Sul e Minas Gerais, como parte do Programa para Construção e Ampliação de Armazéns (PCA) e do Finem, voltados à modernização da infraestrutura de estocagem.
Os maiores investimentos foram direcionados à Cooperativa Agroindustrial Consolata (Copacol), que receberá R$ 83,8 milhões para a ampliação de sua capacidade de armazenamento de grãos em Cascavel e Jesuítas, no Paraná. Já a Coamo Agroindustrial Cooperativa terá acesso a R$ 52,84 milhões para modernizar sua estrutura de armazenagem de soja e milho em unidades no mesmo estado.
No Mato Grosso do Sul, a Energética Santa Helena S.A. obteve um financiamento de R$ 40 milhões para construir um armazém com capacidade para 50 mil toneladas de açúcar e uma fábrica para produção de 850 toneladas diárias do produto em Nova Andradina. A empresa, cuja principal receita vem da venda de etanol, busca maior flexibilidade para alternar entre a produção de açúcar e biocombustíveis, estratégia que pode reduzir riscos e maximizar lucros.
Em Minas Gerais, a Vale do Paracatu Bioenergia S/A contará com R$ 40 milhões para erguer um armazém capaz de estocar até 60 mil toneladas de açúcar e uma fábrica com capacidade de produção de 155 mil toneladas anuais. O financiamento cobre cerca de 25,7% do investimento total da empresa.
O governo federal tem apostado na expansão da capacidade de estocagem como uma estratégia para enfrentar os desafios logísticos do agronegócio. O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, argumenta que o setor sofreu com a falta de investimentos em infraestrutura de armazenagem nos últimos anos e que a iniciativa busca reverter esse cenário. Segundo ele, a ampliação dos armazéns permitirá aos produtores maior flexibilidade na comercialização, evitando vendas forçadas em períodos de baixa nos preços.
Além do impacto econômico, os projetos devem gerar empregos temporários e permanentes. No total, estima-se a criação de centenas de postos de trabalho durante a construção e operação das novas estruturas. No caso da Santa Helena, por exemplo, estão previstos 100 empregos diretos na fase de implementação e 50 na operação, enquanto a Vale do Paracatu prevê 300 contratações temporárias e 70 definitivas.
Os financiamentos do PCA são concedidos com juros subsidiados pelo Tesouro Nacional e têm sido utilizados para reduzir gargalos estruturais no escoamento da safra brasileira. A expectativa é que os novos armazéns ajudem a equilibrar o mercado, reduzindo perdas e melhorando a gestão de estoques de grãos e açúcar no país.
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