Dezessete anos depois do surgimento do Viagra, chegou a vez das mulheres: um remédio que combate a queda no desejo sexual feminino foi aprovado pela primeira vez para venda pelo governo dos Estados Unidos. Não há data para o Addyi chegar ao Brasil — o Viagra demorou dois meses entre a liberação nos EUA e a chegada às farmácias brasileiras.
Assim como a ‘pílula azul’, o medicamento, chamado flibanserin, é indicado apenas para mulheres com disfunção sexual, que ocorre quando a perda da libido não está relacionada a anomalia física ou hormonal. “É só para quem efetivamente tem algum tipo de problema”, alerta Marcos Arcader, ginecologista do Hospital Adventista Silvestre. Por isso, quem tomar sem ter recebido indicação médica pode ter complicações. O mesmo vale para quem quiser ‘importá-lo’ antes do aval da Anvisa.
Há uma diferença fundamental em relação ao Viagra: ao invés de atuar no órgão sexual, seu efeito é no cérebro, liberando os neurotransmissores responsáveis pelo desejo, como a dopamina.
A explicação para isso está na própria sexualidade feminina. “O desejo sexual das mulheres está muito ligado à parte sensorial. Ela tem que estar de bem com o mundo”, afirma Marcos. Ou seja, ao contrário dos homens, que conseguem ficar excitados com mais facilidade, o estímulo das mulheres depende de mais fatores.
Outra diferença é que o comprimido deverá ser tomado todos os dias, e não apenas antes das relações, como nos remédios masculinos (Viagra e Cialis).
O Addyi pode trazer efeitos colaterais, como desmaios, queda da pressão arterial, náuseas e sonolência. Os riscos aumentam com a ingestão de álcool. As mulheres que testaram o remédio relataram, em média, 4,4 relações sexuais satisfatórias em uma semana, contra 2,7 antes do estudo.
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