O Brasil fez história no Oscar 2025 ao conquistar, pela primeira vez, a estatueta de Melhor Filme Internacional com Ainda Estou Aqui, dirigido por Walter Salles. No entanto, ao contrário do que muitos poderiam imaginar, a cobiçada estatueta dourada não ficará nas mãos do renomado cineasta, mas sim com o país.
De acordo com as regras da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas, responsável pela maior premiação do cinema mundial, a honraria para a categoria de Melhor Filme Internacional não pertence ao diretor, mas à nação que inscreveu a obra. Assim, Salles subiu ao palco do Dolby Theatre, em Los Angeles, como representante do Brasil, e não como detentor do prêmio.
Essa regra explica, inclusive, a ausência da atriz Fernanda Torres no palco ao lado do diretor. Embora tenha sido indicada ao Oscar de Melhor Atriz por sua interpretação de Eunice Paiva, a protagonista não faz parte dos representantes oficiais na categoria de Melhor Filme Internacional, restrita a diretores e produtores.
Até o momento, o Ministério da Cultura e a Ancine não informou onde a estatueta ficará abrigada.
A vitória de Ainda Estou Aqui consagra não apenas o talento de Salles e de sua equipe, mas também a trajetória do cinema brasileiro, que há décadas buscava esse reconhecimento na principal premiação do cinema mundial. O filme, baseado no livro homônimo de Marcelo Rubens Paiva, narra a história de Eunice Paiva, esposa do ex-deputado Rubens Paiva, sequestrado e morto durante a ditadura militar no Brasil (1964-1985).
O longa superou concorrentes de peso, incluindo Emilia Pérez, da França, vencedor do Bafta de Melhor Filme Estrangeiro em fevereiro. Antes da vitória inédita, o Brasil havia sido indicado à categoria de Melhor Filme Internacional com obras como O Pagador de Promessas (1963), O Quatrilho (1996), O Que É Isso, Companheiro? (1998) e Central do Brasil (1999), mas nunca havia conquistado a estatueta.
Embora Walter Salles tenha sido o nome de destaque na premiação, a regra da Academia deixa claro: o Oscar pertence ao Brasil. A estatueta ficará no país, simbolizando a força do cinema nacional e sua capacidade de emocionar o mundo. (Com Poder360)
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