A secretária Michelli Alves Custódio, 36, foi atropelada e morta enquanto conversava numa calçada, na madrugada desta quinta-feira (13), em Campo Grande (MS), na frente dos filhos de 8 e 10 anos. Segundo a polícia, o motorista de 32 anos admitiu em depoimento que estava bebendo havia 9 horas, mas alegou que perdeu o controle do carro após o pneu estourar. Ele acabou preso em flagrante por homicídio doloso. Ele ainda atingiu uma segunda vítima, que segue em atendimento médico, e arrastou por 200 m uma testemunha que tentou impedi-lo de fugir do local.
O atropelamento aconteceu à 1h40 da madrugada, após o homem deixar o "barracão do Corinthians", ponto de encontro de torcedores do time em Campo Grande, onde assistia à partida contra o Flamengo pela final da Copa do Brasil. Ele perdeu o controle do Sandero que conduzia no encontro da avenida Fábio Zahran com a rua Ouro Branco e atingiu Michelli, que conversava com uma mulher na calçada.
A vítima foi arremessada e sofreu politraumatismo, sendo declarada morta ainda no local. A segunda mulher foi levada inconsciente para a Santa Casa de Campo Grande.
Um morador que viu o momento do acidente, identificado como Victor Nunes Uchôa, 32, tentou impedir a fuga do motorista se jogando na frente do carro e foi arrastado em cima do capô por 200 metros. O motorista só parou depois que o carro parou de funcionar, uma quadra depois do local do crime. A testemunha teve múltiplas fraturas e também precisou ser socorrida.
O condutor do veículo foi preso em flagrante e submetido ao teste do bafômetro, que apontou a presença de álcool, com uma concentração de 0,83 mg/l.
INVESTIGAÇÃO
De acordo com a delegada Joilce Silveira Ramos, o motorista confessou, em depoimento, que bebeu por 9 horas seguidas e que não tinha visto no que havia batido, se em pessoas ou objetos. Ele alegou que o pneu estourou, mas a delegada contesta a afirmação.
"A perícia concluiu que o pneu estourou após ele invadir a calçada e atropelar as mulheres", disse. Ainda de acordo com a delegada, ele estava dirigindo em alta velocidade. Joilce afirmou que o motorista tinha visão perfeita do que aconteceu. "As crianças passaram mal quando viram a mãe na rua toda ensanguentada", completou.
Joilce ainda disse que o motorista sabia que havia uma pessoa em cima do capô do carro. "Como que uma pessoa sem visão dirige por uma quadra?", questionou.
O homem passará por audiência de custódia nesta sexta-feira (14). A reportagem apurou que ele ainda não teve defesa particular constituída e ainda não houve apontamento de defensor público para o caso. A reportagem tentou contato por mensagem de texto, mas até o momento, nenhum familiar respondeu em nome do motorista. Este espaço segue aberto para manifestação de seus representantes legais e será atualizado tão logo houver posicionamento.
VÍTIMAS
De acordo com a Santa Casa de Campo Grande, Victor Nunes Uchôa, que tentou impedir a fuga do motorista, teve politraumatismo, passou por cirurgia odontológica e segue internado, consciente e estável no momento.
A mulher que conversava com Michelli, identificada como Joyce Perez, 30, e também foi atropelada, teve politraumatismo, e passou por avaliação neurocirúrgica e bucomaxial. Ela segue internada no pronto-socorro com quadro estável.
A tia de Michelli, Lindalva Maria da Silva, 59, foi nesta manhã até a casa da sobrinha para tentar entender o que aconteceu e acolher os filhos da vítima. Segundo ela, a família está inconsolável.
"Ela era trabalhadora, maravilhosa, cuidava dos filhos, não merecia isso", disse a mulher. Ela afirma ainda que a mãe de Michelli estava em Santa Catarina para passar o feriado, e está retornando ao estado para fazer a liberação do corpo da filha.
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