Um homem de 30 anos com Síndrome de Down morreu, na última sexta-feira (10), após receber alta da unidade de pronto atendimento (UPA) do Setor O, em Ceilândia, no Distrito Federal. A mãe da vítima, a diarista Maria de Lourdes Pires, afirma que houve negligência no atendimento médico prestado ao filho, informação que é negada pelo Instituto de Gestão Estratégica de Saúde (Iges)
Warley Eduardo Pires foi diagnosticado com pneumonia em fevereiro. Com o passar do tempo, ele teve piora nos sintomas e, na última quinta (8), a mãe dele chamou o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) para levá-lo à UPA do Setor O.
No entanto, na unidade de saúde, Maria de Lourdes conta que o filho foi apenas atendido, recebeu medicação e foi liberado. No entanto, Warley, que tem diabetes, começou a se debater, ficou agitado e não conseguia andar.
Nesse momento, a mãe disse que não iria embora da UPA, mesmo que profissionais da unidade pedissem para que ela fosse embora. Nas imagens, Warley apareceu no chão, enquanto Maria de Lourdes disse que não ia embora e uma funcionária informou que o paciente já havia recebido alta.
"Eu disse que não iria embora enquanto ele não estivesse bem", afirmou Maria de Lourdes.
Pouco tempo depois, a mulher conta que os profissionais de saúde concordaram em aplicar medicação em Warley, porém, nesse momento, eles perceberam que o paciente estava com dificuldade para respirar. A vítima foi encaminhada à ala vermelha da UPA, onde teve duas paradas cardíacas.
Em seguida, ele foi transferido para a unidade de terapia intensiva (UPA) do Hospital de Samambaia, porém, não resistiu e morreu. O atestado de morte do paciente mostra que ele morreu por "insuficiência renal aguda, choque sétpico, pneumonia e diabetes.
Após a morte do filho, Maria de Lourdes registrou um boletim de ocorrência na Polícia Civil, que investiga o caso.
O que diz o Iges
"O Iges explica que o paciente deu entrada da UPA de Ceilândia II no dia 9 às 8h50, levado pelo Samu devido a um quadro de convulsão e febre no dia anterior, avaliado e classificado com gravidade laranja às 8h54 e atendido pelo médico às 9h03. Foram realizados exames laboratoriais e RX, iniciado antibiótico venoso. O paciente evolui com agitação psicomotora, foi administrado medicamento conforme quadro clínico apresentado. Por volta das 14h10, evoluiu com rebaixamento do nível de consciência, encaminhado para sala vermelha para melhor avaliação, sinais vitais e exames laboratoriais.
Evolui em parada cardiorrespiratória às 14h20, sendo realizadas as manobras de reanimação conforme protocolo ACLS e Intubação Orotraqueal. Após 30 minutos, restabeleceu circulação espontânea, acoplado ao ventilador mecânico e submetido a medicamentos. Apresentou nova PCR, novamente restabelecida a circulação central.
Ele foi prontamente inserido em leito de regulação, com solicitação de leito de UTI. O leito de UTI foi disponibilizado no Hospital de Samambaia e o paciente foi transferido às 23h45 do mesmo dia. O óbito não ocorreu na UPA."
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