O juiz federal Sergio Moro, responsável pelos processos da Operação Lava Jato em Curitiba, determinou nesta quarta-feira a prisão preventiva, sem prazo para terminar, do empresário Mariano Marcondes Ferraz. Ele foi preso no aeroporto de Guarulhos, de onde partiria na noite de hoje para Londres, onde mora com a mulher, a atriz Luíza Valdetaro, e duas filhas. Luíza trabalhou em novelas da TV Globo como Joia Rara (2013), Gabriela (2012) e Cordel Encantado (2011). O empresário é executivo do grupo Trafigura, do ramo de petróleo, e representante no Brasil da fabricante de combustíveis Decal.
Segundo Moro, há “fortes indícios” de que Mariano Marcondes Ferraz praticou crimes de corrupção e lavagem de dinheiro. Entre 2011 e 2013, segundo as investigações da Lava Jato, Ferraz pagou mais de 800.000 reais em propina ao ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, por contratos firmados com a Trafigura e a Decal com a estatal. O dinheiro teria sido pago a uma offshore mantida pelos genros de Costa, Márcio Lewkowicz e Humberto Mesquita.
O ex-diretor da Petrobras confirmou os pagamentos em seu acordo de delação premiada, um dos primeiros fechados na Operação Lava Jato.
Segundo a assessoria de imprensa da Procuradoria da República no Paraná, os procuradores da força-tarefa da Lava Jato justificaram o pedido de prisão preventiva como “para garantir a ordem pública e evitar o risco à aplicação da lei penal”, já que Ferraz também possui nacionalidade italiana e reside no exterior.
Ainda segundo os investigadores, “o empresário modificou seu padrão de viagens ao Brasil após a deflagração da operação Lava Jato, o que é indicativo de que receava eventual prisão e responsabilização”.
Como a zona eleitoral de Mariano Marcondes Ferraz é no exterior e ele não votaria no segundo turno das eleições municipais, no domingo, não há, segundo os procuradores, “óbice legal ao cumprimento do mandado de prisão preventiva”.
Entre no grupo do VGNotícias no WhatsApp e receba notícias em tempo real (CLIQUE AQUI).