O Tribunal Superior do Trabalho (TST) condenou a Palmindaya Cosméticos Ltda. a indenizar um empregado. A empresa terá que pagar uma pensão mensal, além de uma indenização de R$ 100 mil por danos morais, para o auxiliar químico. O funcionário afirma que adquiriu insuficiência renal crônica, que exige tratamento de hemodiálise, por trabalhar por mais de 40 anos com acetato de chumbo. A substância é usada na preparação de loção para escurecimento dos cabelos grisalhos.
Na Justiça, a empresa disse que a perícia médica realizada não prova nada, porque o perito era ortopedista, e não especialista no assunto. Segundo a empresa, o auxiliar químico não manuseava os produtos, apenas os jogava em um recipiente (batedeira) para que fosse misturado a outras substâncias. A fabricante diz que o tempo de exposição seria de apenas 15 minutos, duas vezes por semana.
A fábrica também destacou que a loção para cabelos grisalhos é vendida com autorização da Anvisa há mais de 60 anos, com percentual de acetato de chumbo de 0,6%. Segundo a marca, outras empresas também produzem essa fórmula há mais de 80 anos. A Palmindaya afirmou que especialistas garantem que o produto não causa nenhum dano, mesmo no caso de utilização contínua e diária.
Apesar dos argumentos da defesa, a empresa foi condenada em todas as instâncias. O Tribunal Regional do Trabalho da 9ª Região (PR) frisou que a fabricante deveria comprovar que a doença teria outra causa, como obesidade ou hipertensão, como tinha afirmado. Os magistrados destacaram que, segundo o perito, pelo caráter acumulativo do chumbo no organismo, exames periódicos deveriam ter sido feitos para verificar o resíduo deste metal no organismo do trabalhador. Além disso, um protocolo do Ministério da Saúde orientando quanto ao manuseio do acetato de chumbo não teria sido observado pela empresa.
Entre no grupo do VGNotícias no WhatsApp e receba notícias em tempo real (CLIQUE AQUI).