A atriz Taís Araújo criticou a controversa estampa da grife Maria Filó, que afirma ter se inspirado em Debret, um retratista do Brasil Colonial, para colocar escravos negros em suas roupas. “Uma marca de roupas resolveu usar uma estampa de negros escravizados inspirada na obra de Debret e sua visão sobre a sociedade brasileira nos idos de 1800”, diz a atriz em textão no Instagram.
“Há quem defenda que Debret na verdade fazia uma denúncia, mas é também provável que Debret nunca tenha tido esse objetivo, flertando com o estranhamento dos horrores causados pela escravidão nesse nosso mundo novo. Acho que, em 2016, os quadros de Debret devem ser mantidos em museus, retratados em livros, e não estampados como se fora uma homenagem.”
Taís ainda reforça que o triste período em que negros foram escravizados precisa ser desmistificado e não exaltado. “A escravidão não pode virar ‘pop’, não pode ser vendida como uma peça de moda. A moda nos representa, nos posiciona, nos empodera, comunica quem somos. Não se pode fazer dela uma vitrine de uma história da qual devemos nos envergonhar. Já contaram nossa história de maneira distorcida. Esse (nosso) povo, na verdade, construiu esse país e merece respeito na nossa época!”
Histórico – A controvérsia começou quando a consumidora Tâmara Isaac ficou chocada com a estampa e escreveu um textão no Facebook, nesta quinta-feira, para desabafar. “Começo a olhar as roupas e me pergunto: Confere? É uma estampa de escravas entre palmeiras. É uma escrava com um filho nas costas servindo uma branca? Perguntei à vendedora se aquela estampa tinha alguma razão de ser ou se era só uma estampa racista mesmo. Ela, me dirigindo a palavra pela primeira vez, não soube responder”, contou. A grife emitiu um comunicado de desculpas informando que a peça será recolhida.
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