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Variedades Terça-feira, 23 de Abril de 2019, 09:55 - A | A

Terça-feira, 23 de Abril de 2019, 09h:55 - A | A

REPERCUSSÃO

Criança desmente que tenha ignorado Bolsonaro: “Não sou mal-educada”

Metrópoles

Reprodução

 

“Tenho medo de ir à escola”. A declaração é da pequena Yasmin Alves, de apenas 8 anos. A menina tornou-se conhecida nacionalmente na quinta-feira (17.04) após um vídeo viralizar nas redes sociais e ser publicado em dezenas de veículos de comunicação. Na imagem, a criança parece recusar-se a cumprimentar o presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL), durante evento na Escola Classe 1 da Estrutural.

A interpretação dada às cenas, num primeiro momento, pela imprensa, foi equivocada. Tanto Yasmim quanto seus pais confirmam o erro e os transtornos gerados pela informação disseminada.

“Ele perguntou quem era palmeirense e eu balancei a cabeça dizendo que não era”, explica Yasmin, reforçando sua paixão pelo Flamengo.“Fico muito triste porque as pessoas estão falando mal de mim, que sou mal-educada”, diz a estudante do 3º ano do ensino fundamental, que, nesta segunda-feira (22.04), retorna ao colégio depois do feriado prolongado. O centro de ensino fica numa das regiões administrativas mais carentes do DF, cujo Índice de

Desenvolvimento Humano (IDH) é 18 vezes mais baixo do que o do Lago Sul, bairro mais nobre da capital.

Pai bolsonarista

O pedreiro Valdir Alves, 48 anos, pai de Yasmin, diz que o mal-entendido trouxe dor de cabeça e chateação para toda a família. Ele, que se diz eleitor de Bolsonaro, considera um crime a exposição da imagem da menina.

Transferi meu título para cá e votei no Bolsonaro. Não imaginaria que pudesse chegar a esse ponto. Saio nas ruas e vejo as pessoas comentando sobre a minha filha. É uma criança de oito anos convivendo com essa expectativa de não querer nem estudar porque todo mundo fala dela"
Valdir Alves, pai de de Yasmin

A mãe, Cléia Ramone, 26, preocupa-se com a possibilidade de sequelas psicológicas na filha e também com a integridade física da menina. “Ela está chorando, triste e transtornada, porque tem uns que são muito a favor [do presidente Bolsonaro], e tem gente que não gosta dele. Fico pensando no que podem fazer”, diz a dona de casa.

Feriado

Preocupada com possíveis retaliações no feriado da Páscoa, a família desmarcou os planos de ir ao shopping comprar os ovos de chocolate nesse domingo (21).

Foi o próprio Estadão que reconheceu o erro e, nesse domingo de Páscoa publicou nova reportagem desfazendo o mal-entendido. O periódico informou ter tido acesso, por meio de uma fonte do governo, ao vídeo com legenda – onde é possível ouvir o presidente perguntando às crianças se elas eram palmeirenses.

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