Nas redes sociais de alguns famosos está rolando uma campanha de incentivo para que jovens tirem título de eleitor, e no Lollapalooza não foi diferente, mas as manifestações da cantora Anitta no festival e nas redes sociais não tem agradado os apoiadores de Jair Bolsonaro. Na quinta-feira, a deputada distrital Julia Lucy (NOVO) publicou um vídeo sobre a cantora nas redes sociais que causou polêmica. Na gravação, ela disse que a sexualização da mulher brasileira a "envergonha". Este foi o episódio mais recente que gerou uma série de manifestações por parte dos apoiadores do presidente. Em parceria com a consultoria BITES, o GLOBO apurou os ataques sofridos pela cantora desde 1° de dezembro do ano passado. Neste período, foram ao menos 458 mil menções que citam Anitta e o presidente. Só na bancada bolsonarista no Congresso, 22 deputados e senadores publicaram posts sobre a cantora.
Em um grupo de 3,5 mil perfis de bolsonaristas influentes analisados, quase metade (1678 mil) publicaram sobre Anitta nos últimos quatro meses. No entanto, foi identificado uma concentração de ataques entre os dias 24 e 29 de março, quando a música Envolver viralizou e foi realizado o festival Lollapalooza. Ao todo, foram 31 mil publicações no período, uma média de 18,5 por perfil. Os deputados e senadores somaram 53 mensagens com ataques.
Com a repercussão do novo single e a tentativa de chegar ao top 1 no Spotify, a cantora pediu, no dia 24, o mesmo empenho dos seguidores para que Bolsonaro fosse derrotado nas eleições deste ano.
"Meu Deussssss. Quero esse mesmo empenho pra tirar o bolsonaro hein Brasiiiiilll" escreveu Anitta em sua rede social.
Na ocasião, influenciadores como a atriz Maria Bopp tuitaram que o sucesso de Anitta seria apenas a primeira "alegria" dos brasileiros em 2022. O título na Copa e a derrota de Jair Bolsonaro nas urnas também apareceram nas listagens dos internautas.
"Anitta no top 1, Lina campeã, Lula eleito, Brasil hexa, Família Bolsonaro na cadeia VAMO BRASIL É POSSÍVEL" Maria Bopp no twitter
Além disso, com a proibição das manifestações políticas no Lollapalooza, Anitta veio à público para dizer que pagaria a multa dos artistas que descumprissem a então decisão judicial, que, após polêmica, foi revogada. À época, os bolsonaristas reagiram. No dia 28, o pré-candidato à deputado estadual Jorge Rodrigues se manifestou e sugeriu a prisão da cantora.
"Enquanto Anitta, Pablo Vittar e Felipe Neto descumprem decisão judicial e gritam “Fora Bolsonaro” no Lollapalooza, Daniel Silveira está proibido de frequentar eventos públicos e continua em prisão domiciliar. Será que vão prender estes descumpridores de ordem judicial também?" Jorge Rodrigues no twitter
No dia 10 de março, teve até uma troca de farpas entre Bolsonaro e Anitta, que também movimentou as redes. Na ocasião, o presidente opinou sobre o programa Big Brother Brasil, da TV Globo, e foi questionado pela cantora: "é presidente ou subcelebridade?".
Apesar de março ter sido o mês em que a cantora carioca foi mais visada por bolsonaristas, os ataques não são de hoje. A artista já era motivo de piada entre os eleitores de Jair Bolsonaro. Em dezembro, o ex-secretário Nacional de Incentivo e Fomento à Cultura André Porciuncula chegou a dizer que, na próxima entrevista, usaria frases de Anitta. O intuito da fala era dizer que a artista era um exemplo de baixa cultura, além de atacar um outro veículo de comunicação.
"Na próxima eu farei citações de Anitta, ao invés de Chesterton, creio que será mais compatível com o nível intelectual do blogueiro que defeca na Revista Fórum." tweet de André Porciuncula respondendo a um tweet da Revista Fórum atacando o mesmo.
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