O Pronto-Socorro de Várzea Grande é considerado a pior unidade de saúde pública de Mato Grosso, segundo apontou o relatório do Conselho Regional de Medicina do Estado (CRM).
De acordo com o relatório, dos dez leitos hospitalares existentes no Pronto-Socorro de Várzea Grande, apenas seis estão funcionando de maneira precária - para atender a população -, e quatro estão desativados. Nos leitos foram encontrados colchões rasgados, com as espumas para fora, não oferecendo conforto adequado para o paciente.
Além dos problemas detectados pelo CRM no Pronto-Socorro, os servidores da unidade denunciaram ao VG Notícias, que os aparelhos de ultrassom, endoscopia, eletrocardiograma estão desativados já faz alguns meses. Não tem respirador, monitor cardíaco, nem macas e cadeiras de rodas. Faltam ainda, medicamentos básicos como dipirona, soro, equipo. Segundo denúncia, os pacientes já ficaram sem transfusão de sangue por falta de equipamentos.
O CRM constatou que o corredor da unidade continua servindo como enfermaria e leito para internação de pacientes. Vários pacientes foram encontrados deitados em macas e cadeiras a espera de medicação e atendimento, o que segundo o Conselho, pode prejudicar a ainda mais a saúde destas pessoas já que tem contato direito com outras, podendo contrair outras doenças.
Consta no relatório que lixos hospitalares estão sendo mantidos acondicionados provisoriamente em sacolas plásticas e sendo depositados nos corredores da unidade de saúde, causando perigo para os pacientes e também para os próprios funcionários do Pronto-Socorro. Material de trabalho médico deixado em locais inadequados, banheiro da unidade em péssimo estado de conservação, como também as paredes, o piso do local, o lavabo do Centro Cirúrgico.
O Conselho Regional de Medicina realizou de 2008 a 2013, 1071 fiscalizações nas unidades hospitalares de todo do Estado. Destas, 714 em estabelecimentos particulares, 337 no setor público. As irregularidades resultaram em 120 notificações encaminhadas ao Ministério Público e 241 às secretarias municipais de Saúde.
Outra denúncia, é que o município está sem contrato com empresas que prestam serviços em oftalmologia, ultrassom, ecocardiograma e muitos precisam pagar e não tem condições, acabam padecendo.
Os servidores afirmaram que são feitas aproximadamente 550 internações ao mês, e cerca de 50 a 80 pessoas vão a óbito. Várzea Grande está acima da média estabelecida pelo Ministério da Saúde.