O governador Silval Barbosa (PMDB), conseguiu se “livrar” do ex- secretário de Estado de Saúde, Mauri Rodrigues de Lima. A saída do ex-secretário já estava acertada - mesmo Silval negando à imprensa. O “jogo de cena” era combinado - para que Mauri não saísse da pasta “por baixo”, confidenciou uma fonte ao VG Notícias.
O ato de nomeação do médico Jorge Lafetá estava pronto desde o início dos boatos da saída do ex-gestor da Saúde. Lafetá já havia percorrido diversos municípios, acompanhado de uma equipe para fazer um diagnóstico da situação da Saúde no Estado - e apresentado sugestões ao governador para amenizar os problemas.
Ainda conforme a fonte, Silval teria conversado com Lafetá para que desse um tempo – para Mauri se “ajeitar” em Sinop (503 km de Cuiabá).
“Silval disse a Lafetá para dar um tempo, enquanto Mauri ajeitava as coisas dele em Sinop. Silval argumentou com Lafetá, que uma coisa é o gestor responder no cargo por alguns atos, outra coisa seria responder fora do cargo. Por isso Silval concordou em deixar Mauri mais um pouco à frente da Saúde, mesmo ele fazendo barbaridades na pasta. Ele não recebia ninguém, era grosseiro e não respeitava ordem judicial”, relatou à fonte a reportagem do site.
Um dos motivos do Ministério Público Estadual (MPE), pedir o afastamento de Mauri foi justamente por não cumprir decisões judiciais que determinava a regularização dos repasses destinados à saúde para vários municípios que estão atrasados.
Na decisão juiz Luís Aparecido Bertolucci Júnior, titular da Vara Especializada de Ação Civil Pública e Ação Popular da Comarca de Cuiabá, ele diz que “por incrível que pareça, a presente Ação Civil Pública tem por objetivo compelir o Estado de Mato Grosso a cumprir sua obrigação constitucional de prestar assistência à saúde população, ou seja, obrigar o Estado que está investindo milhões de reais em um evento esportivo (Copa do Mundo de 2014) a simplesmente cumprir a Constituição Federal, no que alude à assistência e preservação da vida e da saúde de seus integrantes”. O afastamento de Mauri foi publicado no Diário Eletrônico da Justiça, em 10 de outubro, passado.
Contudo, o Estado recorreu da decisão e o desembargador José Zuquin Nogueira suspendeu a liminar afirmando que o afastamento de Mauri desestabiliza a pasta e repercute, negativamente, na gestão, contrariando o próprio objetivo da ação civil pública, que é efetivar o repasse de recursos financeiros aos municípios. Depois da decisão do desembargador, Mauri Rodrigues decidiu pedir exoneração em “caráter irrevogável” e Jorge Lafetá será o novo comandante da pasta. A reportagem do VG Notícias tentou contato com Lafetá, mas não obteve êxito, e até o fechamento da matéria não houve retorno.