por Rojane Marta & Lucione Nazareth/VG Notícias
A secretária de Saúde e primeira-dama de Várzea Grande, Jaqueline Beber Guimarães, parece “fechar os olhos” para a saúde pública do município. Conforme noticiado pelo VG Notícias, somente no fim de semana, três crianças faleceram no Pronto-Socorro de Várzea Grande por problemas relacionados à estrutura da unidade.
Ainda, também já noticiado pelo VG Notícias, a Prefeitura de Várzea Grande, gastou somente nos três primeiros meses de gestão Walace Guimarães (PMDB), mais de R$ 9 milhões, para fornecimento de medicamentos para atender a demanda da saúde do município, e mesmo assim, a população não encontra o item nas unidades de saúde.
No entanto, em entrevista ao telejornal “Jornal do Meio-Dia”, concedida ontem (16.04), Jaqueline pediu mais uma vez compreensão aos munícipes e ainda, agradeceu aos várzea-grandenses por aguardar estes quatro primeiros meses de gestão para solucionar o problema da saúde na cidade.
“O prefeito quer que a gente busque melhorias para a saúde e obrigado pela compreensão da população por aguardar por mais esse tempo”, declarou a secretária, sem pensar no pai e mãe que recentemente perdeu o filho no PS/VG por falta de leito na UTI Neonatal, ainda, sem pensar, no pai e mãe que perdeu o filho no PS/VG por diagnóstico errado, conforme denúncia dos pais.
Apesar de pedir um pouco mais de tempo, a secretária já adiantou que não tem data certa, nem previsão, para a saúde de Várzea Grande melhorar, e culpou a redução em 50% do repasse do Estado para os municípios investirem na saúde. “Devido ao corte, Várzea Grande deve receber R$ 609 mil. Vai faltar dinheiro para investir na cidade. Não temos de onde tirar recurso para investir no setor”, destacou.
O que causa estranheza no argumento da secretária é que a redução dos recursos para a saúde foi aprovada em dezembro de 2012 – quando seu esposo, então deputado, atual prefeito Walace Guimarães presidia a comissão Saúde, Previdência e Assistência Social da Assembleia Legislativa de Mato Grosso. Além disso, era conhecedor das estatísticas “malditas” na saúde, pois “usou e abusou” como mote de campanha eleitoral. E ainda, teve mais de 60 dias para acompanhar com a equipe de transição.
Redução no valor do repasse - Os deputados aprovaram em 28 de dezembro do ano passado a Lei 9.870/2012. De acordo com a lei – encaminhada pelo governo do estadual os repasses sofreram mudanças, que representam uma redução de 50% para as prefeituras. Dos R$ 155 milhões destinados à saúde em 2012, as prefeituras passam a receber este ano, R$ 77 milhões.
A Secretaria do Estado de Saúde garante que o repasse da atenção básica do Estado aos municípios é maior que de os outros Estados do país. O secretário estadual de Saúde, Mauri Rodrigues, chegou a declarar que os municípios têm que se preparar melhor para trabalhar com menos dinheiro em caixa.
No entanto, a maioria dos prefeitos recusa a proposta, alegando que os municípios não têm condições de custear as despesas do setor com a metade do que estavam recebendo e que a redução agravará ainda mais o problema da saúde nas cidades em relação ao atendimento e investimento, podendo provocar até fechamento de unidades hospitalares.