Defensor da proibição do mercúrio na mineração de Mato Grosso, alegado ser um elemento químico que pode envenenar os peixes e consequentemente causar danos à saúde, o deputado estadual Wilson Santos (PSD), em entrevista à imprensa na manhã desta terça-feira (21.11) afirmou que está na expectativa de que a Polícia Federal (PF) aprofunde as investigações e possa extinguir de uma vez por todas a utilização do metal no Estado.
Santos referiu-se à Operação Hermes (Hg), iniciada em dezembro de 2022, que desvendou um esquema de venda ilegal de mercúrio. A segunda etapa foi deflagrada em julho, e está entre os alvos, a KIN Mineração Ltda, localizada na Estrada Velha da Chapada dos Guimarães, km 20, fazenda KIN, zona rural (a 66 km de Cuiabá), a qual um dos sócios seria Luis Antônio Taveira Mendes, filho do governador Mauro Mendes (União). No início de novembro, Luis renunciou ao cargo de diretor da KIN, logo após seu nome ser envolvido no esquema do comércio ilegal de mercúrio. Leia matéria relacionada – Operação da PF cumpre mandados contra comércio ilegal de mercúrio em MT
O deputado Santos foi questionado quanto ao envolvimento do filho do governador na operação, e disse que o assunto cabe a ele [Luis Antônio] e seus advogados fazerem a defesa. Ele ainda disse preferir aguardar para ver o nível de envolvimento e qual o grau de comprometimento do empresário nessas investigações.
Em relação ao governador Mauro Mendes querer acelerar essas pautas ambientais na Casa de Leis, Wilson foi categórico ao afirmar que a oposição continuará utilizando de todos os dispositivos regimentais para impedir esses absurdos em Mato Grosso.
“Temos muita terra no Estado, nós temos muito espaço para ampliar a agricultura. Não tem necessidade de avançar sobre o Pantanal, de avançar sobre áreas de proteção permanente, de reservas legais, de eliminar partes, de reduzir partes, isso é um absurdo e impediremos isso”, reforçou Wilson Santos.
O deputado explanou, ainda, que o assunto precisa ser tratado com mais responsabilidade, pois o futuro vai cobrar muito dessa geração, uma vez que há estudos que informam que dentro de 8, 10 anos, se continuar esse nível de desmatamento e aquecimento em Mato Grosso, os produtores não conseguirão produzir mais que uma única safra por ano.
“Quer dizer, quem mais tem a perder com tudo isso é o próprio produtor rural, que deveria ter mecanismos, estratégias defensivas da questão ambiental”, concluiu o deputado Santos.
Vale destacar que o mercúrio liberado durante o processo de mineração acaba se depositando nas águas. Os peixes, em particular, acumulam o metal em seus tecidos ao longo do tempo e quando consumidos podem representar um risco significativo para a saúde, causando danos neurológicos e afetando o desenvolvimento fetal, por exemplo.
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