O ex-governador Silval Barbosa (PMDB) contou ao senador José Aparecido dos Santos – Cidinho Santos (PR), que o senador Wellington Fagundes, disse a ele (Silval), durante uma visita no Centro de Custódia de Cuiabá (CCC), que o ministro da Agricultura, Blairo Maggi (PP), havia se colocado à sua disposição. No entanto, segundo Silval, acreditava que Maggi colocava Eumar Novacki, secretário Executivo do Ministério da Agricultura e que acompanha Blairo Maggi desde a época em que ele esteve à frente do governo do Estado, para fazer os contatos.
Silval revelou, que neste período, tomou conhecimento que Novacki era compadre do ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Nefi Cordeiro, que o ministro havia sido desfavorável ao Recurso Ordinário em Habeas Corpus (RHC).
"QUE o Declarante e "CIDINHO" entraram no assunto da situação processual do Declarante e "CIDINHO" disse ao Declarante que tinha conhecimento que o Senador WELINGTON FAGUNDES esteve no CCC e que o Declarante teria reclamado respeito de EUMAR NOVACKI (Secretário Executivo do Ministério da Agricultura e acompanha BLAIRO MAGGI desde que este esteve à frente do governo do Estado de MT) e de BLAIRO MAGGI; QUE o Declarante relatou a WELINGTON FAGUNDES que BLAIRO MAGGI se colocava à disposição para ajudar, mas o Declarante acreditava que BLAIRO MAGGl colocava somente o EUMAR NOVACKI para fazer os contatos; QUE neste contexto, o Declarante tomou conhecimento que EUMAR NOVACKI era ou seria compadre do Ministro do STJ NEFI CORDEIRO que havia desfavoravelmente à tese do Declarante em um RHC recente; Silval diz que ministro do STJ, compadre de Novacki foi contra RHC", diz trecho da delação.
Segundo Silval Barbosa, Cidinho indagou que decisão tomaria diante das ações penais, foi quando respondeu que estaria partindo para o caminho da confissão ou pagamento de fiança para tentar sua soltura. A partir deste momento, Cidinho teria argumentado com ele, que o ex-deputado José Riva trilhou esse caminho e estaria "arrependido".
O ex-governador contou, que Cidinho relatou que Blairo Maggi, Wellington Fagundes e o "número 1 PTX" (referindo-se a Pedro Taques) o ajudariam. Silval disse que passou a conversar com Cidinho a respeito dos processos que responde, dizendo que quem estaria prendendo ele, seria a "polícia do governo" e não a Ararath ou a Polícia Federal, assim, se quisesse ajudar já teriam feito. E que diante dos argumentos, Cidinho lhe disse que o grupo político, Pedro Taques e Valdir Piran iriam se reunir para ajudá-lo e que além disso, já estariam trabalhando no Tribunal Regional Federal (TRF) no Habeas Corpus HC do empresário Celson Bezerra, preso na oitava fase da Operação Ararath, para anular a operação.
Silval contou ainda, que Cidinho questionou se ele (Silval) iria recorrer da decisão do RHC do STJ, e o ex-governador disse que sim, quando Cidinho afirmou que no Supremo Tribunal Federal (STF), o recurso seria distribuído ao ministro Alexandre de Moraes (já que este assumiu a vaga que o ministro Edson Fachin ocupava na Primeira Turma), e Silval disse que discordou, pois segundo seus advogados, o ministro Fachin já estaria distribuindo, mesmo tendo mudado de Turma.
Vale lembrar, que as declarações de Silval constam no acordo de delação premiada firmado com a Procuradoria Geral da República e homologado pelo Supremo Tribunal Federal (STF). A conversa com Cidinho foi gravada pelo ex-governador, enquanto ele estava preso no Centro de Custódia de Cuiabá, e entregue como prova de sua delação.
Entre no grupo do VGNotícias no WhatsApp e receba notícias em tempo real (CLIQUE AQUI).