Faltam apenas seis meses para Roberto Gurgel deixar o comando da Procuradoria-Geral da República, mas, antes disso, ele poderá passar pelo constrangimento de um processo de impeachment no Senado Federal.
Gurgel, como se sabe, jogou pesado para evitar que Renan Calheiros (PMDB-AL) fosse eleito presidente do Senado Federal. Uma denúncia contra o político alagoano, que estava engavetada havia dois anos, foi apresentada a uma semana das eleições – Renan é acusado de ter tido despesas pessoais pagas por uma empreiteira e o relator Ricardo Lewandowski irá avaliar se acolhe ou não a representação do Ministério Público Federal.
Além da denúncia em si, Gurgel permitiu o vazamento, no dia da eleição, da denúncia para a revista Época. Aliado de Renan Calheiros, o senador alagoano e ex-presidente Fernando Collor classificou Gurgel como "chantagista e procurador". Ele é autor de diversas representações contra o procurador-geral que, agora, com Renan na presidência do Senado, poderão avançar.
Praticamente, todas elas dizem respeito à Operação Monte Carlo, contra o ex-senador Demóstenes Torres, que foi engavetada durante dois anos por Gurgel. Antes da cassação de Demóstenes, o próprio político goiano, que também é procurador, acusou Gurgel de prevaricar no seu caso. Gurgel defendeu sua posição, alegando que era necessário mais tempo para que a investigação policial prosperasse.
As denúncias de Collor serão analisadas, na Comissão de Constituição e Justiça, pelo senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), outro aliado de Renan. E se passarem por esse obstáculo poderão chegar ao plenário do Senado, onde peemedebistas se dizem "perplexos" com o comportamento de Gurgel, que teria permitido a politização de assuntos atinentes apenas ao Judiciário.
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