Em todos os atos públicos recentes realizados nas grandes cidades até o momento, um pequeno grupo se aproveita da oportunidade de manifestação pacífica para depredar, saquear lojas, queimar carros e ônibus e pichar prédios históricos. São dias seguidos assistindo a essas tristes cenas de vandalismo, sem contar o transtorno natural causado aos moradores, que, no caso de São Paulo, têm demorado cinco ou até seis horas para chegar em casa.
Na capital paulista, depois de um protesto reprimido com todas as forças pela Polícia Militar – com direito a tiros de borracha e bombas disparados na direção da imprensa e prisões de pessoas que portavam vinagres, na quinta-feira passada – foi feito um acordo com os líderes do Movimento Passe Livre e o ato da última segunda-feira foi o exemplo de manifestação pacífica. Mas não tardará para que volte o discurso da ordem, uma vez que o vandalismo foi novamente registrado na noite de ontem. Em outras palavras, o lema "paz e amor" da polícia não irá durar.
Para a destruição do prédio da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, a estimativa de prejuízo é de cerca de R$ 2 milhões. A empresa de ônibus Carris, de Porto Alegre, estimou prejuízo de R$ 600 mil pela destruição de apenas um ônibus queimado, que tinha acesso a cadeirantes e ar-condicionado. Outros cinco veículos da companhia ficaram quebrados. Isso sem contar as vidraças de tantos prédios e as paredes que terão de ser pintadas por conta das pichações em várias cidades do País.
Mas "as vozes da rua", como disse a presidente Dilma Rousseff em discurso nesta terça-feira, não devem se calar tão cedo, tamanha a insatisfação dos jovens com tantos problemas no Brasil, num momento em que o País se destaca internacionalmente, por conta da Copa das Confederações e do Mundo, e por terem permanecido tanto tempo caladas. "O gigante acordou", escrevem nas redes sociais e nos cartazes.
O discurso da ordem também já transparece nos grandes jornais. "PM tarda a agir", diz a manchete principal da Folha de S.Paulo na edição desta quarta-feira 19, depois de a cidade ter registrado, na noite passada, um duro ataque ao prédio da Prefeitura, saques, depredações e o incêndio a um carro da TV Record. Em breve, os agentes do Choque e suas balas de borracha, retirados da rua pelo secretário de Segurança Pública do Estado, Fernando Grella, estarão de volta.
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