O deputado federal por Mato Grosso, José Medeiros (Podemos), em sessão da Câmara na tarde de hoje (20.08), defendeu a comunidade “Jarudore”, localizada em Poxoréu (à 264 km de Cuiabá), que, conforme decisão judicial deve desocupar o local, por se tratar de uma área indígena.
A comunidade é ocupada, há mais de 70 anos, por mais de quatro mil moradores não índios, no entanto, em julho deste ano, a Justiça reconheceu o direito dos índios Bororos à posse da área, que possui uma extensão de 4.706 hectares, e determinou a desocupação do local, no prazo de 45 dias para as áreas dentro de 1.930 hectares, e 90 dias às áreas localizadas na porção de 1.730 hectares.
“O que me traz aqui a esta tribuna é a comunidade chamada Jarudore, que se encontra no Estado de Mato Grosso e tem em torno de 4 a 5 mil habitantes. Nossa bancada tem se desdobrado para tentar salvar a pequena comunidade. Toda a bancada, tanto a daqui, quanto a do Senado, tem se debruçado sobre isso, porque alguém decidiu que deve acabar com a comunidade, que existe há quase 100 anos” destacou o deputado.
Medeiros cita que os moradores estão desesperados, já que hoje é o prazo final para desocupação da área. “A população está desesperada porque hoje é o prazo final, e a Polícia Federal vai retirar pessoas que vivem ali há 60 ou 70 anos. Por quê? Porque alguém disse que aquilo lá é terra indígena. E eu tenho dito: se aquilo é terra indígena, e têm que ser retiradas pessoas, que o façam também, então, na cidade de Rondonópolis, que está muito mais perto da aldeia indígena do que a comunidade de Jarudore” enfatizou.
Segundo o parlamentar, Rondonópolis está colada com a aldeia indígena. “Então, passem o correntão em Rondonópolis também, e na Avenida Paulista, e em Copacabana, porque isso aqui tudo era terra indígena. Vamos passar o correntão aqui nesta Esplanada dos Ministérios. Mas não: vão fazer isso na pequena comunidade de Jarudore” criticou.
Ele solicitou uma audiência com o presidente da República Jair Bolsonaro (PSL) para que sejam atendidos o governador de Mato Grosso, Mauro Mendes (DEM), a bancada federal e os deputados Estaduais, para tratar do assunto.
“Não é possível isso a cada momento. A Constituição demarcou um prazo temporal que é 1988. Não é possível que a cada momento permaneça essa segurança jurídica de as pessoas não saberem, se a propriedade é dele ou não é dele, porque todo esse território aqui era indígena. Temos conversado aqui também no TRF e esperamos que a Justiça aqui em Brasília possa rever essa decisão da Justiça Federal de Mato Grosso. Não é possível! A cena que eu vi lá foi de cortar o coração. Vi uma senhora de mais de 60 anos com uma malinha. Ela tinha um sitiozinho de quarenta e poucos hectares, que foi um dos primeiros a sair de lá. Ela estava esperando o ônibus. Ela não sabia como buscar grandes advogados, não tem nem dinheiro para isso. Ela tem que enfrentar todo um sistema, o sistema partidário que aqui diz que tudo é para os índios. Nós defendemos indígenas como brasileiros que são, mas defendemos toda a população brasileira que são dignas de direito” concluiu.
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