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Política Terça-feira, 11 de Abril de 2017, 23:11 - A | A

Terça-feira, 11 de Abril de 2017, 23h:11 - A | A

Delação

No sistema de propinas, Blairo Maggi tinha apelido de “caldo”, diz Odebrecht

Veja.com

Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

Blairo Maggi

Ministro Blairo Maggi: R$ 12 mi para ajudar a liberar dinheiro, diz Odebrecht

O ministro da Agricultura, Blairo Maggi (PP), era registrado no sistema de propinas da Odebrecht com o apelido de “Caldo” e recebeu 12 milhões de reais da empreiteira durante a campanha eleitoral de 2006. O dinheiro, de acordo com dois dos executivos que participaram da chamada “delação do fim do mundo” foi repassado como forma de obter auxílio para a liberação de créditos pendentes que a companhia tinha a receber do governo de Mato Grosso – Maggi foi governador do Estado.

O inquérito em que Blairo Maggi será investigado também tem como alvo o deputado federal Zeca do PT, ex-governador de Mato Grosso do Sul que no sistema de propinas da Odebrecht era tratado como “Pescador”.

Segundo a Procuradoria, Zeca do PT recebeu 400 mil reais da companhia. O dinheiro foi repassado por meio de um “arrecadador de campanha” – o dinheiro, ressaltam os investigadores, acabou beneficiando o senador cassado Delcídio do Amaral, também delator da Lava-Jato, que no ano do repasse acabou sendo candidato a governador do Mato Grosso Sul no lugar de Zeca do PT. No mesmo inquérito, são esmiuçadas reuniões entre Delcídio e representantes da Odebrecht.

Confira nota de posicionamento do ministro da Agricultura, Blairo Maggi (PP):

“Lamento que meu nome tenha sido incluído numa lista de pessoas citadas em delações da Construtora Odebrecht, sem que eu tivesse qualquer possibilidade de acesso ao conteúdo para me defender. Me causa grande constrangimento ter minha honra e dignidade maculadas, numa situação na qual não sei sequer do que sou acusado. Mesmo assim, gostaria de esclarecer que: Não recebi doações da Odebrecht para minhas campanhas eleitorais; não tenho ou tive qualquer relação com a empresa ou os seus dirigentes; tenho minha consciência tranquila de que nada fiz de errado”.

Confira as acusações feitas pelos delatores nos inquéritos abertos pelo STF e clique em leia mais para saber o que pesa cada um (a lista está sendo atualizada):

GERALDO ALCKMIN, GOVERNADOR DE SÃO PAULO (PSDB) – governador usava cunhado para receber propina 

AÉCIO NEVES, SENADOR (PSDB-MG) – senador teria recebido mesada de até 2 milhões de reais 

DILMA ROUSSEFF, EX-PRESIDENTE DA REPÚBLICA (PT) – ex-presidente teria recebido 150 milhões para campanhas

ROMERO JUCÁ, SENADOR (PMDB-RR) – senador recebeu propina para defender interesses da Odebrecht 

RENAN CALHEIROS, SENADOR (PMDB-AL) – com Jucá, recebeu R$ 5 milhões para aprovar MP 

EDISON LOBÃO, SENADOR (PMDB-MA) – senador levou R$ 5,5 milhões de reais da empreiteira 

FERNANDO COLLOR, SENADOR (PTC-AL) – recebeu 800 mil reais na campanha eleitoral de 2010 

LINDBERGH FARIAS, SENADOR (PT-RJ) – recebeu 4,5 milhões de reais em propinas nas eleições de 2008 e 2010 

CIRO NOGUEIRA, SENADOR (PP-PI) – recebeu 1,6 milhão de reais nas eleições de 2010 e 2014 

EDUARDO CUNHA, EX-DEPUTADO (PMDB-RJ) – ex-deputado teria arquitetado plano para sepultar a Lava Jato 

BLAIRO MAGGI, MINISTRO DA AGRICULTURA (PP-MT) – ministro recebeu R$ 12 mi para ajudar a liberar crédito da empresa 

VICENTE CÂNDIDO, DEPUTADO (PT-SP) – deputado federal recebeu 50 mil reais para viabilizar Itaquerão 

JORGE PICCIANI, DEPUTADO ESTADUAL (PMDB-RJ) – recebeu caixa dois da Odebrecht nos anos de 2010 e 2012 

PAULO HARTUNG, GOVERNADOR DO ESPÍRITO SANTO (PMDB) – recebeu 1 milhão de reais nas eleições de 2010 e 2012 

HÉLDER BARBALHO, MINISTRO DA INTEGRAÇÃO NACIONAL (PMDB-PA) – recebeu 1,5 milhão de reais em três parcelas

RICARDO FERRAÇO, SENADOR (PSDB-ES) – executivos dizem que repassaram a ele 400.000 reais via caixa dois 

ALDEMIR BENDINE, EX-PRESIDENTE DA PETROBRAS – ex-presidente do BB e da Petrobras, recebeu dinheiro para ajudar a Odebrecht 

ALFREDO NASCIMENTO, DEPUTADO (PR-AM) – ex-ministro de Lula e Dilma, recebeu 200 mil reais via caixa 2 

JOÃO BACELAR FILHO, DEPUTADO (PR-BA) – recebeu 250 mil reais da Odebrecht para ajudar em MP 

CELSO RUSSOMANNO, DEPUTADO (PRB-SP) – deputado federal recebeu 50 mil reais na campanha de 2010 

ZECA DIRCEU, DEPUTADO (PT-PR) – filho de José Dirceu teria recebido 250 mil reais para campanha 

CARLOS ZARATTINI, DEPUTADO (PT-SP) – líder do partido recebeu propina para atuar em favor de MPs 

PAULINHO DA FORÇA, DEPUTADO (SD-SP) – presidente da Força Sindical recebeu 200 mil para campanha de 2010 

ANTÔNIO ANASTASIA, SENADOR (PSDB-MG)

MILTON MONTI, DEPUTADO (PR-SP)

ALOYSIO NUNES, SENADOR (PSDB-SP)

ARLINDO CHINAGLIA, DEPUTADO (PT-SP)

ARTHUR MAIA, DEPUTADO (PPS-BA)

BRUNO ARAÚJO, MINISTRO DAS CIDADES (PSDB-PE)

CÂNDIDO VACCAREZZA, DEPUTADO (EX-PT-SP)

GUIDO MANTEGA, EX-MINISTRO DA FAZENDA (PT)

EDUARDO BRAGA, SENADOR (PMDB-AM)

OMAR AZIZ, SENADOR (PSD-AM)

CACÁ LEÃO, DEPUTADO (PP-BA)

CÁSSIO CUNHA LIMA, SENADOR (PSDB-PB)

DALÍRIO BEBER, SENADOR (PSDB-SC)

NAPOLEÃO BERNARDES, PREFEITO DE BLUMENAU (PSDB-SC)

DANIEL VILELA, DEPUTADO (PMDB-GO)

MAGUITO VILELA, EX-GOVERNADOR DE GOIÁS (PMDB)

DANIEL ALMEIDA, DEPUTADO (PCDOB-BA)

DÉCIO LIMA, DEPUTADO (PT-SC)

ANA PAULA LIMA, DEPUTADA ESTADUAL (PT-SC)

ELISEU PADILHA, MINISTRO-CHEFE DA CASA CIVIL (PMDB-RS)

MOREIRA FRANCO, SECRETÁRIO-GERAL DA PRESIDÊNCIA (PMDB-RJ)

FÁBIO FARIA, DEPUTADO (PSD-RN)

ROBINSON FARIA, GOVERNADOR DO RIO GRANDE DO NORTE (PSD)

ROSALBA CIARLINI, PREFEITA DE MOSSORÓ (PP-RN)

FERNANDO BEZERRA, SENADOR (PSB-PE)

GILBERTO KASSAB, MINISTRO DAS COMUNICAÇÕES (PSD-SP)

BETINHO GOMES, DEPUTADO (PSDB-PE)

JOSÉ FELICIANO, ADVOGADO

VADO DA FARMÁCIA, EX-PREFEITO DE CABO DO SANTO AGOSTINHO (PTB-PE)

PAULO ROCHA, SENADOR (PT-PA)

HERÁCLITO FORTES, DEPUTADO (PSB-PI)

HUMBERTO COSTA, SENADOR (PT-PE)

IVO CASSOL, SENADOR (PP-RO)

JOÃO CARLOS RIBEIRO, EX-SECRETÁRIO DE PLANEJAMENTO DE RONDÔNIA

JOÃO CARLOS BACELAR, DEPUTADO (PR-BA)

JORGE VIANA, SENADOR (PT-AC)

TIÃO VIANA, GOVERNADOR DO ACRE (PT)

JOSÉ CARLOS ALELUIA, DEPUTADO (DEM-BA)

ZECA DIRCEU, DEPUTADO (PT-PR)

JOSÉ DIRCEU, EX-MINISTRO-CHEFE DA CASA CIVIL

ZECA DO PT, DEPUTADO (PT-MS)

JOSÉ REINALDO TAVARES, DEPUTADO (PSB-MA)

ULISSES CÉSAR MARTINS, EX-PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO MARANHÃO

RENAN FILHO, GOVERNADOR DO ALAGOAS (PMDB)

JÚLIO LOPES, DEPUTADO (PP-RJ)

JUTAHY MAGALHÃES JÚNIOR, DEPUTADO (PSDB-BA)

KÁTIA ABREU, SENADORA (PMDB-TO)

MOISÉS PINTO GOMES, MARIDO DA SENADORA KÁTIA ABREU

LÍDICE DA MATA, SENADORA (PSB-PE)

MARCO MAIA, DEPUTADO (PT-RS)

HUMBERTO KASPER, EX-PRESIDENTE DA TRENSURB

MARCO PRATES DA CUNHA, EX-PRESIDENTE DA TRENSURB

PAULO BERNARDO, EX-MINISTRO DO PLANEJAMENTO (PT)

MARCOS PEREIRA, MINISTRO DA INDÚSTRIA, COMÉRCIO E SERVIÇOS (PRB-ES)

MARIA DO ROSÁRIO, DEPUTADA (PT-RS)

MÁRIO NEGROMONTE JÚNIOR, DEPUTADO (PP-BA)

VALDEMAR DA COSTA NETO, EX-DEPUTADO (PR-SP)

NELSON PELLEGRINO, DEPUTADO (PT-BA)

ÔNIX LORENZONI , DEPUTADO (DEM-BA)

PAULO HENRIQUE LUSTOSTA, DEPUTADO (PP-CE)

PEDRO PAULO, DEPUTADO (PMDB-RJ)

EDUARDO PAES, EX-PREFEITO DO RIO DE JANEIRO (PMDB)

RICARDO FERRAÇO, SENADOR (PSDB-ES)

RODRIGO MAIA, DEPUTADO (DEM-RJ)

CÉSAR MAIA, EX-PREFEITO DO RIO DE JANEIRO (DEM)

RODRIGO GARCIA, DEPUTADO (DEM-SP)

ROMERO JUCÁ, SENADOR (PMDB-RR)

EUNICIO OLIVEIRA, SENADOR (PMDB-CE)

LÚCIO VIEIRA LIMA, DEPUTADO (PMDB-BA)

RODRIGO JUCÁ, ADVOGADO E FILHO DE ROMERO JUCÁ (PSD-RR)

VALDIR RAUPP, SENADOR (PMDB-RO)

VANDER LOUBET, DEPUTADO (PT-MS)

VANESSA GRAZZIOTIN, SENADORA (PCDOB-AM)

ERON BEZERRA, MARIDO DA SENADORA VANESSA GRAZZIOTIN

VICENTINHO, DEPUTADO (PT-SP)

VITAL DO RÊGO FILHO, MINISTRO DO TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO (TCU)

YEDA CRUSIUS, DEPUTADA (PSDB-RS)

Fora do STF - Dezenas de outros inquéritos foram enviados por Fachin a outros tribunais porque os envolvidos não têm direito a foro no Supremo Tribunal Federal, como os governadores de Estado, que têm de ser julgados pelo Superior Tribunal de Justiça.

Nesta lista estão, entre outros, os governadores de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), de Minas Gerais, Fernando Pimentel (PT), do Rio, Luiz Fernando Pezão (PMDB), e do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB).

Na lista também está o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad (PT), que precisam ser julgados na primeira instância, ou seja, pela Justiça Federal de São Paulo.

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