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Política Sexta-feira, 31 de Janeiro de 2020, 10:40 - A | A

Sexta-feira, 31 de Janeiro de 2020, 10h:40 - A | A

delação bomba

MP fecha acordo de delação com ex-deputado José Riva

Lucione Nazareth/VG Notícias

O Ministério Público Estadual (MPE) encaminhou ao Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJ/MT) o acordo de delação premiada firmada com o ex-deputado José Riva no qual detalha esquema de corrupção nas gestões dos ex-governadores Blairo Maggi e Silval Barbosa, e também compra de votos na eleição da Mesa Diretora da Assembleia Legislativa (AL/MT). A informação foi confirmada por uma fonte do oticias.

A fonte contou que o acordo era de “grande interesse” do Ministério Público pelo fato de Riva ter conhecimento de vários supostos esquemas que desviou milhões dos cofres públicos, porém, as tratativas com o ex-deputado e os seus advogados esbaravam na questão dos valores a serem devolvidos pelo delator.

Segundo a fonte, o MP e Riva divergiriam, durante as tratativas do acordo de delação, em várias ocasiões do valor a ser restituído pelo ex-deputado. O órgão ministerial pediu um valor x (milhões não revelados) para o ex-parlamentar devido ao seu envolvimento nos esquemas de corrupção, mas o ex-deputado não concordava por entender que em alguns casos ele não obteve qualquer ganho financeiro e desta forma não poderia devolver aquilo que não teria recebido ilicitamente. No entanto, o valor final que ficou fixado não foi revelado.

Ainda de acordo com a fonte, o acordo de delação está no gabinete do desembargador Marcos Machado sob sigilo.

A delação

No ano passado documentos que teriam sido entregues por José Riva ao Ministério Público, como parte da proposta do acordo de colaboração premiada, apontaram um suposto esquema que teria pago R$ 175 milhões em propina entre os anos de 1995 e 2015 na Assembleia Legislativa.

No documento consta uma lista com os nomes de 38 deputados e ex-deputados que teriam recebido mensalinho para aprovar e não atrapalhar os interesses do Governo. Os pagamentos eram feitos com a ajuda das empresas que mantinham contratos com a AL/MT.

Os deputados teriam recebido propina mensal entre R$ 20 mil e R$ 25 mil de 1998 a 2002. Entre 2015 a 2018, o valor era de R$ 15 mil. O esquema também teria ocorrido na gestão de Blairo Maggi, mas por meio de adicional no orçamento da Assembleia. Na gestão de Silval Barbosa, Riva declarou que todos os 24 deputados teriam recebido propina do Governo.

Neste citado documento consta pagamento de propina para ex-deputados e deputados relacionados a eleição da Mesa Diretora da AL/MT. Entre os que teriam recebido este valor, segundo Riva, estaria o ex-prefeito de Várzea Grande, Walace Guimarães. Walace, segundo Riva, recebeu mais de R$ 4,190 milhões entre 2007 a 2015.

Além disso, consta ainda na proposta de delação de Riva que um dos captadores de recursos para que o conselheiro afastado do Tribunal de Contas do Estado (TCE), Sérgio Ricardo comprasse a vaga antes ocupada por Alencar Soares, teria sido o empresário Elias Abrão Nassarden Júnior – “Júnior”. De acordo com o documento, R$ 5,5 milhões do dinheiro pago a Alencar Soares foi obtido por meio do esquema de Elias Abrão (que na época morava em Várzea Grande) realizado por meio de falsas aquisições envolvendo cinco empresas do ramo de papelaria, todas de “fachada” que desviou R$ 62 milhões da AL/MT. Os fatos estão ligados a Operação Imperador.

Vale lembrar que de acordo com o Ministério Público Estadual (MPE) a vaga do TCE supostamente custou R$ 15 milhões.    

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