Numa tentativa de evitar novas mudanças no texto da Medida Provisória 595, que trata do novo marco regulatório dos portos, a ministra-chefe da Casa Civil mandou recado por meio de uma entrevista: "A MP desfigurada não serve ao Brasil. Nós teremos dificuldades de implementá-la", disse a petista, ao conversar com o jornalista Gerson Camarotti, do G1.
Outra tentativa da ministra é ainda resgatar a versão original da medida, da forma como saiu do Palácio do Planalto. O texto foi aprovado no Congresso pela comissão especial mista criada para avaliar a matéria, mas acabou sofrendo mudanças significativas. "Eu acredito que com esse debate, num bom tom, no convencimento, a gente consiga reverter", acrescentou.
A força-tarefa do governo em defesa da MP tem como principal atuante a presidente Dilma Rousseff, que em seus últimos discursos apelou ao Congresso pela aprovação da medida. Durante evento em Uberaba, Minas Gerais, Dilma ressaltou que a matéria é "essencial" para o País e disse acreditar na "sensibilidade" do Congresso ao analisá-la.
Nesta segunda-feira, em São Paulo, sua fala foi na mesma linha: afirmou que o novo marco regulatório do setor portuário será "essencial para quebrar monopólios e garantir a eficiência da logística no País" e pediu "consenso" sobre o tema. Tanto Dilma quanto Gleisi não cogitam a hipótese de veto. "Os partidos do governo, de sustentação, principalmente o PT e o PMDB, têm esse compromisso. Portanto não me cabe falar em veto", disse a ministra.
Mudanças podem custar a cabeça de Eduardo Braga
Enquanto o governo faz de tudo para tentar aprovar a medida sem mais mudanças – e ainda revertê-la para o texto original – o Planalto não tem falado a mesma língua com o relator, o senador Eduardo Braga (PMDB-AM). A postura do peemedebista é de flexibilizar o discurso a empresários e portuários, enquanto o governo não cede.
Em defesa de Braga, os peemedebistas afirmam que o governo não pode alegar surpresa com o risco de derrota, uma vez que há dois assessores acompanhando as negociações. Caso haja acordo entre os líderes dos partidos, a Câmara dos Deputados pode votar a medida ainda nesta terça-feira 7. Ela segue depois para o plenário do Senado, onde precisa de aprovação até o dia 16 de maio, se não perde a validade.
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