Sem previsão para o retorno das aulas, os motoristas do transporte escolar buscam apoio da Prefeitura e Câmara de Vereadores de Várzea Grande para conseguirem “fôlego” financeiro diante das restrições da pandemia do coronavírus, que paralisou as atividades do setor.
Desde a publicação do primeiro decreto de suspensão de aulas ocorrida em março de 2020 foram vários diálogos reivindicando o auxílio, o que resultou no Projeto de Lei nº 66/2020, que cria o Programa denominado “Renda Emergencial” garantindo duas parcelas no valor de R$ 500,00 aos motoristas de transporte escolar privado do município, enviado pela Prefeitura no início do mês à Câmara Municipal. A proposta chegou a ser lida na sessão do dia 11 de agosto, mas foi retirado da pauta para que os parlamentares apresentassem emendas, adicionando novas categorias a serem contempladas. Leia mais: Vereadores de VG recusam votar PL da “Renda Emergencial” do transporte escolar; irão apresentar emendas
Ao oticias a motorista Wellika Fernanda, que há 5 anos trabalha com vans escolares no município, relatou um pouco das dificuldades vividas pelo setor. Ela conta que chegou a cogitar vender, mas não conseguiu comprador pela incerteza da volta às aulas ocasionada pela pandemia.
“Já pensamos em vender as vans, porém, quem vai querer comprar por quase R$ 180 mil no meio de uma pandemia. Ninguém! Se você olha nos sites de venda só tem vans, em todos os Estados”, disse.
Ela acrescentou: Temos colegas que trocaram as vans no início do ano, fizeram uma dívida e agora não conseguem nem pagar essas dívidas, alguns conseguiram adiar, outros não, e esses que não conseguiram estão em débito daqui mais alguns meses pode ser que tenham busca e apreensão.”
Fernanda conta que os mil reais das duas parcelas serão para pagar o básico – água, luz e alimento - por falta de fonte de renda. Ela diz que pensou na possibilidade de mudar de atividade: “Nesse período, não podemos fazer turismo porque seria irregular, mesmo sendo possível que o turismo volte primeiro, não podemos. Tentamos uma frente de trabalho com a própria Prefeitura e não deu certo, por documentação, e eles já tem um grupo licitado de vans e não poderíamos passar por cima. Tudo que a gente for fazer seria irregular, essa renda será para pagar água e luz - o básico mesmo -, porque não temos outra fonte de renda, será nosso ‘ganha pão’, porque tudo que fazer com a van será irregular”, disse.
Wellika relatou que conversou com alguns vereadores, que manifestaram o desejo de incluírem emendas para outras categorias, porém, segundo ela, entenderam que outros seguimentos já estão trabalhando: “Eles chagaram a conclusão que não vão adicionar ninguém, vão deixar só a classe dos vanzeiros e se precisar fazer alguma alteração vão fazer depois de aprovado”, disse.
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