O secretário de Habitação e Regularização Fundiária de Cuiabá, vereador licenciado Marcrean dos Santos Silva (PP), em confronto direto com o presidente estadual do PP, deputado estadual Paulo Araújo, afirmou que não vai acatar a decisão do Diretório Municipal de romper com a administração do prefeito Emanuel Pinheiro (MDB). Também revelou que a esposa do presidente do Diretório Municipal do partido, Eusébio Diniz, ocupa um cargo comissionado na Prefeitura com salário de quase R$ 10 mil.
Na última quarta-feira (17.05), o Diretório Municipal do PP se reuniu e decidiu não fazer mais parte da gestão de Emanuel Pinheiro. Foi orientado aos membros do partido que entregassem os cargos que ocupam na Prefeitura de Cuiabá em 48 horas ou deixassem o partido. Além disso, ficou decidido que haverá expulsão para aqueles que descumprirem essa decisão.
No sábado (20), após o prazo de 48 horas estabelecido pelo partido para a tomada de decisão pelos seus membros, Marcrean deu uma entrevista exclusiva ao , na qual destacou alguns pontos relacionados à última reunião do partido e revelou sua decisão.
Decisão parcial
O vereador questiona a legitimidade da reunião, afirmando que nem ele nem o vereador Luiz Cláudio foram convidados. Ele também questiona a parcialidade da decisão, pois alega que não afeta a todos. Marcrean menciona dois casos específicos que não foram abrangidos pela decisão: Vanderlúcio Rodrigues, presidente da Agência Municipal de Regulação de Serviços Públicos Delegados de Cuiabá (ARSEC), e Karoliny Vitória Barros Lopes, esposa do presidente do PP em Cuiabá.
“Ele está querendo que um grupo do PP deixe a estrutura do governo municipal de forma parcial. Quem tem mandato deixa, quem não tem pode continuar mamando na teta? O que é isso rapaz, ele tem que ter moral”, disse o vereador.
Informação checada
A informação de que Karoliny Vitória Barros Lopes ocupa um cargo comissionado na ARSEC com salário de quase dez mil reais foi verificada e confirmada pela equipe do , por meio do portal de transparência da prefeitura. Ela está na função de assessora desde 9 de janeiro deste ano, com vencimento bruto de R$ 9.863,62.
Determinação
Marcrean ressaltou que está determinado a lutar por sua permanência no PP, destacando que o deputado Paulo Araújo cometeu infidelidade partidária nas últimas eleições ao desrespeitar a decisão tomada em convenção de apoiar a candidata Márcia Pinheiro (PV) para o governo de Mato Grosso. Ele questiona a moral do deputado para exigir sua saída ou a expulsão de alguém do partido.
“Quem cometeu infidelidade partidária foi o deputado Paulo Araújo nas últimas eleições para governo do estado. Que uma convenção partidária dele deliberou apoio a candidatura para governador do PV que foi a Márcia Pinheiro tendo o presidente do PP municipal como vice-governador do estado de Mato Grosso e o Paulo Araújo naquele momento desobedeceu totalmente o que foi definido em convenção. Que moral que ele tem para pedir para alguém sair do partido ou expulsar alguém?”, questionou Marcrean
Sem motivos para sair
O vereador declarou que não tem motivos para deixar o partido, pois não cometeu nenhuma infração partidária. Ele se recusa a acatar a decisão de deixar a gestão ou sair do partido dentro do prazo de 48 horas estipulado e prefere que o presidente do partido o expulse, caso possua base legal para fazê-lo.
“Que motivo eu tenho hoje pra deixar o PP? Eu não cometi nenhuma ilegalidade partidária, nenhuma infração partidária para ter que deixar o partido. Agora ele me deu 48 pra eu ou deixar a gestão, ou pedir a carta de anuência, eu não vou pedir carta de anuência, coisa nenhuma. Se ele tiver legalidade para me expulsar, eu prefiro que ele me expulsem”, finalizou Marcrean.
Outro Lado - O , contatou as partes mencionadas na matéria para ouvir suas versões sobre as declarações do vereador Marcrean.
O deputado Paulo Araújo afirmou que a Executiva Municipal já decidiu qual caminho o partido progressista seguirá. Ele explicou que inicialmente será dada a anuência para aqueles que desejam permanecer na gestão e, em caso de desobediência partidária, ocorrerá a expulsão de acordo com o estatuto partidário. Ele concluiu dizendo que a decisão partidária será cumprida.
O presidente do PP em Cuiabá, Euzébio Diniz, declarou que em relação à situação de Vanderlúcio, ele está desvinculado da decisão por ser presidente de uma agência e não poder ser demitido. Diniz explicou que o prefeito indicou-o para o cargo, mas a homologação teve que ser feita pela Câmara. Ele também afirmou que a situação de Karoliny é semelhante à de Vanderlúcio.
Sobre o fato de Marcrean não ter sido convidado para a reunião, Diniz explicou que a reunião era exclusiva da executiva do partido, e o vereador não faz parte da comissão provisória, sendo esse o motivo pelo qual não foi convidado. Ele concluiu afirmando que a decisão foi tomada e o PP não faz mais parte da gestão, portanto, o que foi decidido será cumprido.
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