A Procuradoria-Geral da República (PGR) viu indícios de repasse de propina ao PT e ao PMDB, em mensagens apreendidas no celular do empreiteiro e ex-presidente da OAS Léo Pinheiro. Segundo o jornal Folha de S. Paulo, as mensagens apontam que o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e o tesoureiro afastado do PT, João Vaccari Neto, obtiveram "vantagens indevidas" por operações de capitalização das empresas do grupo OAS.
Ainda segundo o jornal, os indícios apontam para esquemas semelhantes ao de corrupção das fornecedoras da Petrobras, que culminaram com a Operação Lava Jato, em fundos de pensão e no FGTS, com o pagamento de propina. Empresas do grupo OAS teriam emitido quase R$ 3 bilhões em títulos desde 2010.
As suspeitas recaem sobre a emissão de debêntures (títulos de dívida) que tiveram adesão de bancos estatais, fundos de pensão e o FI-FGTS (Fundo de Investimentos do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço). Nos autos da Operação Catilinárias (uma espécie de desdobramento da Lava Jato), o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, escreveu: "Pelo que se pode inferir das mensagens, há aquisição de debêntures emitidas pelas empresas, que são adquiridas ou por bancos –Caixa Econômica Federal, por meio do FI-FGTS, ou BNDES –ou por fundos de pensão onde há ingerência política". E conclui: "Tudo mediante pagamento de vantagem indevida aos responsáveis por indicações políticas, inclusive doações oficiais".
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