A audiência pública promovida pelo governador eleito Pedro Taques (PDT), nessa segunda-feira (22.12), para apresentar o trabalho da equipe de transição mostrou que a próxima gestão herdará um déficit orçamentário de R$ 1,7 bilhão.
O futuro secretário de Planejamento da gestão Taques, Marco Aurélio Marrafon, apresentou dados que mostram a grave desorganização no planejamento e na execução das políticas públicas do atual governo. Da previsão de R$ 1,7 bilhão de déficit, R$ 1,2 bilhão é referente somente a pagamento de pessoal e dívida.
Também foram apontadas graves falhas na gestão de pessoas, com passivos de R$ 3 bilhões na folha de pagamento, falta de controle sobre os contratos do Estado, além de falhas na gestão do MT Prev e MT Saúde. Um dos pontos graves mais evidentes, conforme o secretários, são os contratos sem previsão orçamentária.
Marrafon explicou que a previsão orçamentária das secretarias de governo foram subestimadas, com a projeção de gastos menor do que a média dos últimos anos, o que já compromete o trabalho da próxima gestão. Além disso, segundo ele, cada secretaria é uma ilha e o governo não cumpre as três etapas básicas do planejamento: execução, monitoramento e avaliação dos resultados.
Conforme o futuro secretário de Planejamento, o governo Pedro Taques irá começar os trabalhos cortando gastos desnecessários, fazendo uma reforma administrativa e promovendo o desenvolvimento para aumentar a arrecadação.
“Não temos previsão orçamentária para alguns contratos e não temos dinheiro em caixa para pagar essa conta colocada e os restos a pagar. Nossa estimativa é a de que não encontraremos dinheiro em caixa, situação bem diferente da anunciada pelo governo. E mesmo se encontrarmos algum valor, ele já estará todo comprometido com a dívida sem previsão orçamentária”, afirmou.
Durante toda a manhã foram apresentados dados relativos às finanças do governo, saúde, educação, segurança, meio ambiente, infraestrutura e obras da copa. Apesar de todos os problemas apresentados, o governador eleito Pedro Taques afirmou que a intenção da próxima gestão não será realizar uma “devassa ou abrir a caixa preta”.
Mesmo diante do quadro governamental difícil, Pedro Taques afirmou que é um homem de esperança e que, com os cortes de gastos e combate à corrupção, será possível dar início ao processo de transformação em Mato Grosso.
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