O empresário Mario Góes, lobista acusado de atuar para a Andrade Gutierrez no esquema milionário de desvio de dinheiro e de corrupção na Petrobras, que é investigado na Operação Lava Jato, fechou um acordo de coloboração premiada. Os termos ainda não foram homologados pela Justiça, mas ele vem conversando com os procuradores há cerca de duas semanas.
Nesta quarta, o Ministério Público Federal divulgou uma lista com os 16 acordos de delação premiada firmados até o dia 8 de julho. Entretanto, o MPF informou que, no total, são 22 acordos, mas os seis que não aparecem na lista correm em sigilo.
Mario Góes seria um dos que estão nessa situação. No entanto, dois documentos no processo que apura supostas irregularidades envolvendo a Andrade Gutierrez aponta que ele já está colaborando com a Justiça. Um despacho do juiz Sérgio Moro cita que o empresário está tentando ser beneficiado com a delação. "Em recentes depoimentos, buscando benefícios de colaboração, Mario Goes reconheceu ao MPF que, dos contratos de consultoria acima referidos da Rio Marine com a Andrade Gutierrez, cerca de R$ 1.500.000,00 correspondiam a valores pagos em contraprestação de serviços efetivamente prestados, enquanto o restante seria propina dirigida a Pedro Barusco", diz o magistrado.
Os nomes dos delatores citados na lista do MPF são:
-Paulo Roberto Costa
-Shanni Azevedo Costa Bachmann
-Marici da Silva Azevedo Costa
-Marcio Lewkowicz
-Humberto Sampaio de Mesquita
-Arianna Azevedo Costa Bachmann
-Luccas Pace Júnior
-Alberto Youssef
-Julio Camargo
-Augusto Ribeiro
-Pedro Barusco
-Rafael Angulo Lopez
-Shinko Nakandakari
-Eduardo Leite
-Dalton dos Santos Avancini
-João Procópio
Outros nomes que fizeram delação mas não estão na lista do MPF são os do presidente da construtora UTC, Ricardo Pessoa, o lobista Milton Pascowitch e o empresário Júlio Faermann. Pessoa fechou acordo diretamente com a Procuradoria-Geral da República, em Brasília e, por isso, não consta na lista do MPF. Pascowitch conseguiu com a delação sair da cadeia em Curitiba e voltar para casa, onde está preso em regime domiciliar. Já Faermann fez um acordo com o MPF do Rio de Janeiro, antes mesmo de ser mencionado na Lava Jato. Não se sabe as razões pelas quais o MPF não incluiu os nomes de Pascowitch e Faermann na lista oficial.
A advogada que representa Mário Góes foi procurada pelo G1, mas não foi encontrada até a última atualização desta reportagem para comentar as informações.
Denúncia aceita
O juiz federal Sérgio Moro, responsável pelos processos da Lava Jato na primeira instância, aceitou a denúncia apresentada pelo MPF, na sexta (24), referente à 14ª fase nesta quarta-feira. Os crimes citados na ação penal são formação de quadrilha, corrupção ativa, corrupção passiva, organização criminosa e lavagem de capitais.
Entre os denunciados, que viraram réus, está o presidente da Andrade Gutierrez, Otávio Marques de Azevedo. Góes também virou réu. Ele é acusado dos crimes de corrupção ativa, corrupção passiva qualificada e lavagem de capitais.
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