O ano de 2017 foi marcado por “escândalos políticos” e pela colaboração premiada “monstruosa” do ex-governador Silval Barbosa firmada com a Procuradoria Geral da República (PGR) e homologada pelo ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF). Silval revelou detalhes sobre o esquema de corrupção e cobrança de propina durante sua gestão, de 2010 a 2014.
O ex-governador confirmou, na colaboração, que seu staff formado pelo ex-secretário Pedro Nadaf, Marcel de Cursi, César Zílio, Arnaldo Alves, Pedro Elias Domingos, o procurador aposentado Chico Lima, o seu ex-chefe de gabinete Sílvio Corrêa; desviaram milhões dos cofres públicos por meio de fraudes de contratos, cobrança de propina, desvio de recurso em obras públicos (como MT Integrado e obras da Copa do Mundo), entre outros.
Além dos depoimentos detalhando como funcionavam os esquemas de corrupção em seu governo, Silval entregou provas materiais, entre elas vídeos. As imagens mostram o ex-chefe de gabinete dele, Sílvio Corrêa, entregando maços de dinheiro ao prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro (PMDB), ao deputado estadual José Domingos Fraga (PSD), ao deputado federal Ezequiel Fonseca (PP), e aos ex-deputados estaduais, Luciane Bezerra (PSB), Alexandre Cesar (PT) e Hermínio Jota Barreto.
Na colaboração, o ex-governador disse que os dinheiros foram entregues entre 2012 a 2013, período em que todos ocupavam cargo de deputado estadual, e o dinheiro foi repassado como forma de propina aos parlamentares para que continuassem apoiando seu governo.
Em outro trecho da colaboração, Silval revelou pagamento ao ex-secretário de Fazenda de Mato Grosso, Éder Moraes, para que mudasse o depoimento a fim de inocentar o ministro da Agricultura Blairo Maggi (PP), em 2014.
Éder teria recebido R$ 6 milhões em propina de Maggi e do próprio Silval para que mudasse o depoimento no Ministério Público Estadual (MPE), sobre suposta compra de vaga no Tribunal de Contas do Estado (TCE). A vaga comprada foi do ex-conselheiro Alencar Soares Filho, em 2009, e que segundo denúncia de Silval, teria sido comprada pelo ex-deputado Sérgio Ricardo por mais de R$ 10 milhões.
Ainda na sua colaboração, o ex-governador revelou um esquema de pagamento de propina a cinco conselheiros do TCE. Segundo ele, os conselheiros Valter Albano, Antônio Joaquim, José Carlos Novelli, Waldir Júlio Teis e Sérgio Ricardo, teriam exigido propina para não prejudicarem o andamento das obras da Copa do Mundo, no Estado.
Barbosa disse ter pago R$ 53 milhões aos conselheiros. Com a revelação, em setembro deste ano, o ministro do Supremo Tribunal Federal, Luiz Fux, determinou o afastamento dos cinco conselheiros
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