Prestes a completar cem dias na Presidência, Jair Bolsonaro (PSL) tem a pior avaliação após três meses de governo, desde a redemocratização, entre os presidentes eleitos para um primeiro mandato, de acordo com levantamento do Datafolha divulgado neste domingo pelo jornal "Folha de S. Paulo". Segundo o instituto, 30% dos brasileiros consideram o atual governo ruim ou péssimo, total semelhante ao dos que consideram ótimo ou bom (32%) ou regular (33%). Não souberam opinar 4% dos entrevistados.
Apesar disso, segundo o Datafolha, 59% acreditam que Bolsonaro fará uma gestão ótima ou boa. O instituto ouviu 2.086 pessoas com mais de 16 anos em 130 municípios nos dias 2 e 3 de abril. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.
Ao fim dos primeiros três meses do governo, em 1990, Fernando Collor era reprovado por 19%, enquanto 36% avaliavam como ótima ou boa sua gestão. Em 1995, Fernando Henrique Cardoso somava 16% de índices ruim ou péssimo e 39% de avaliação positiva. Já os ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff tinham avaliação negativa de 10% e 7%, respectivamente, e de 43% e 47% de índices ótimo e bom. A comparação com a série histórica não considera os primeiros trimestres de presidentes reeleitos.
Ainda de acordo com a pesquisa, para 61% dos entrevistados, Bolsonaro fez menos do que se esperava na Presidência nos últimos meses. Já 13% consideram que ele fez mais, enquanto 22% avaliam que ele fez o que era esperado. Bolsonaro tem índice menor que os primeiros mandatos de Lula e de Dilma, que tiveram o mesmo tipo de mensuração pelo Datafolha. Em 2003, Lula fez menos do que poderia para 45%, e, em 2011, Dilma somou 39%.
Aprovação menor entre mulheres - Quando considerado o recorte por gênero, a aprovação de Bolsonaro é maior entre os homens (38%) do que entre as mulheres (28%). Para 26% dos homens, o governo é ruim ou péssimo, enquanto entre as mulheres esse índice sobe para 33%.
Já os brancos aprovam mais Bolsonaro (39%), enquanto pretos e pardos têm o maior percentual de reprovação, de 29%.
Os entrevistados com renda superior a dez salários mínimos e os que têm curso superior registram numericamente a maior rejeição, respectivamente de 37% e 35%. Por outro lado, esses grupos de renda e escolaridade também tiveram a maior aprovação a Bolsonaro, 41% (empatada tecnicamente com os 43% dos que ganham de 5 a 10 salários mínimos) e 36% de ótimo/bom (empatada tecnicamente com os 33% de quem tem ensino médio). Os entrevistados com menor renda, de até dois salários mínimos, têm o menor índice de avaliação ótima e boa, com 26%.
Entre as regiões do país, o índice de reprovação é maior no Nordeste (39%), onde Bolsonaro perdeu no segundo turno das eleições para o petista Fernando Haddad, e menor nas regiões Sul, Centro-oeste e Norte, todas com avaliação ruim ou péssima de 22%. No Sudeste, a rejeição é de 30%.
O Datafolha também perguntou aos entrevistados sobre a divulgação de um vídeo com cena obscena feita pelo presidente em sua conta no Twitter no carnaval. O comportamento de Bolsonaro foi avaliado como correto para 27%.
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