Após reunião com o líder do PSC, André Moura, e apelo do presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) para que deixasse a presidência da Comissão de Direitos Humanos da Casa, o deputado Marco Feliciano (PSC-SP) afirmou que continuará no cargo.
“Eu continuo e sou presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados”, afirmou ao G1 e à TV Globo ao deixar o gabinete da liderança do partido. Indagado se poderia renunciar, ele disse. “Eu não quero falar sobre isso”.
Desde que foi escolhido para presidir a comissão, Feliciano é alvo de protestos pelo país em razão de declarações consideradas homofóbicas e racistas. A comissão se dedica tradicionamente à defesa de minorias.
Na noite desta quarta (20), o presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), se reuniu por cerca de cinco minutos, em seu gabinete, com o líder do PSC, André Moura (SE), e com o vice-presidente do partido, pastor Everaldo Pereira, para tratar sobre a situação de Feliciano.
Ao final do encontro, Alves disse que fez um apelo para a legenda substituir Feliciano. Segundo ele, os dirigentes do PSC se comprometeram a apresentar uma solução para a crise nos próximos dias.
“Mostrei a eles nossa preocupação de que a comissão estava praticamente sem condições de realizar os seus trabalhos pelo “emocionalismo” que tomou conta da questão. Consegui deles a sensibilidade e solidariedade de, respeitosamente, nos próximos dias, reunir os membros do partido para encontrar uma solução que seja respeitosa para todos”, contou.
O deputado André Moura afirmou que o deputado vai continuar a "refletir" sobre a permanência na presidência da comissão.
Nesta quarta, Feliciano não conseguiu ficar mais que oito minutos numa audiência sobre direitos de portadores de transtorno mental. Mal começou a falar, ativistas sociais gritaram palavras de ordem, como "racismo é crime, racismo é crime".
O parlamentar ameaçou chamar seguranças para retirar os manifestantes da sala, o que intensificou o tumulto. Neste momento, Feliciano passou a presidência da sessão para o deputado Henrique Afonso (PV-AC), levantou-se e deixou o plenário sem falar com a imprensa.
Ao se dirigir para o plenário da Câmara, Feliciano foi abordado por vários colegas, que o aconselharam a sair. O deputado Anthony Garotinho (PR-RJ), também evangélico, disse a Feliciano para deixar o comando.
"Você não devia ter aceitado lá atrás esse cargo porque aquilo ali te rendeu um problema. Você já capitalizou o seu público evangélico, mas tem que saber até quando esticar a corda para não arrebentar. Melhor sair antes que te tirem", disse Garotinho a Feliciano.
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