O senador mato-grossense Pedro Taques (PDT), defendeu nesta quarta-feira (13.02), na tribuna do Senado, o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, que segundo reportagem divulgada na IstoÉ – em 06 de fevereiro -, pode vir a “sofrer” com o “troco” preparado pelo presidente do Senado Renan Calheiros (PMDB/AL), por ele (Gurgel) o ter denunciado nas vésperas das eleições da Mesa da Casa.
Gurgel divulgou nas vésperas da eleição no Senado, uma representação encaminhada ao STF em que denunciou Renan por apresentar notas frias como justificativa de patrimônio. No entanto, mesmo com a denúncia, o senador alagoano foi eleito presidente do Senado com maioria dos votos.
Segundo o senador mato-grossense, existe no Senado uma manobra dos senadores para incriminar o procurador-geral por conta da denúncia contra Calheiros. Ainda, conforme o pronunciamento de Taques, alguns senadores estariam preparando uma resposta para o procurador em relação à sua postura no caso do mensalão .
Taques disse que ficou sabendo, por meio da imprensa, que alguns senadores estariam descontentes com Gurgel, em razão de sua atuação no Supremo Tribunal Federal (STF). “Alguns estariam descontentes, porque ele denunciou os mensaleiros, apresentou as alegações finais em desfavor dos mensaleiros e o Supremo Tribunal Federal condenou os mensaleiros, segundo a imprensa, pois, eu não acredito nisso, assim como não acredito em mula sem cabeça”, destacou o pedetista.
O senador também negou que o procurador-geral da República estava cumprindo suas ordens quando protocolou a denúncia. “Alguns senadores tentaram dizer que ele (Gurgel) estava a serviço deste senador (Taques), porque fui procurador da república durante 15 anos”, declarou Taques.
Ainda na tribuna, Pedro Taques condenou uma possível instauração de procedimento contra o procurador, pela pratica de crime de responsabilidade "Isso não é digno de uma República. A perseguição e a utilização de cargos para prejudicar servidor exercendo sua função, não são instrumentos republicanos", recriminou o parlamentar.
De acordo ele, o procurador da república está exercendo sua função constitucional, que é de denunciar uma ilegalidade, para que a mesma possa ser averiguada.
Ele ainda disse, que essa possível resposta dos senadores contra o procurador pode ser uma forma de pressioná-lo. “Isso pode ser forma de ameaça para pressionar o procurador para que ele não tome as devidas providencias do seu cargo. Como ex-procurador da República e cidadão, estarei nesta tribuna velando por aqueles que querem transformar o acusador em acusado, isto não é republicano”, finalizou o senador.
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