O deputado estadual Eduardo Botelho (União) criticou nesta terça-feira (03.11), a ação dos manifestantes que bloqueiam as rodovias do Estado e impedem o direto de ir e vir dos mato-grossenses. Eduardo Botelho refutou as agressões sofridas pela imprensa, e destacou que o cidadão ao exercer seu direito de manifestação não pode tolher de outros, especialmente o de ir e vir.
“O protesto é democrático, agora o que não pode haver é bloqueios, você impedir o direito das pessoas de ir, de vir, isso não. Isso não é constitucional, não é legal e não tem aprovação de ninguém, nem do presidente. Bolsonaro disse na primeira fala dele que não é nada que está previsto na Constituição, então, esses bloqueios são totalmente ilegais”, criticou Botelho.
Botelho destacou haver diferença entre manifestação democrática do crime de incitar a animosidade das Forças Armadas contra as instituições.
Isso não é aceitável, senão, onde tiver qualquer movimento, a imprensa pode ser agredida. Tem que reprimir isso duramente
“Você pedir intervenção militar, isso sou totalmente contrário, isso não está previsto na Constituição, é totalmente ilegal, eu particularmente que trabalhei e participei da primeira greve, que teve na universidade federal de Mato Grosso, contra o Regime Militar, eu sei o que é uma Ditadura. Então, ninguém quer isso mais, todo mundo viu que isso não é legal. Não é bom, não é constitucional, então, quem está pedindo isso está fora da realidade”, argumentou Botelho.
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Indagado sobre a demora do governador de Mato Grosso, Mauro Mendes (União) em colocar as forças de segurança do Estado para atuar junto Polícia Rodoviária Federal, Botelho afirmou que o governador agiu com prudência.
“Ontem teve uma reunião e eu participei de forma virtual, sendo definido que a partir de hoje a Polícia iria agir de forma dura sobre todos os bloqueios. Isso já estava definido, depois veio a fala do presidente e alguns bloqueios começaram a se desfazer. A Polícia já está inclusive ajudando no Trevo do Lagarto. Então, não há descaso por parte do Governo, houve, sim, prudência, para não haver conflito. Era um momento de feriado e era previsto que hoje muitos iriam trabalhar e iria desfazer esse movimento, então, nessa reunião ficou definido que a partir de hoje a Polícia, caso necessário, caso tivesse bloqueio, a Polícia Militar iria agir com a Polícia Federal, parece-me que não será preciso”, disse Botelho.
Porém, ao ser questionado sobre os manifestantes que insistem com o pedido de intervenção militar – golpe - em frente ao quartel do Exército, Botelho afirmou que não tem como sair prendendo. “Eu acho que essas pessoas que estão pedindo isso estão totalmente fora da Constituição. Agora, desde que ele não atrapalhe a vida de ninguém, não faça bloqueio, não agrida ninguém, deixa eles lá gritando o tempo que quiserem. Eu acho que isso vai se desfazer como uma torcida de futebol. Não tem necessidade de prender essas pessoas”, declarou Botelho.
Contudo, o parlamentar pediu ação mais enérgica aos atos de violência, especialmente sobre a agressão sofrida pelos profissionais da Record nessa noite. “À imprensa foi agredida, tem que identificar, eles têm que pagar aí, pagar pelos danos, pagar penalmente pelo que fizeram. Isso não é aceitável com ninguém, muito menos com a imprensa que está lá trabalhando, que está levando informação para todo mundo, que está prestando um serviço público. Então é totalmente descabível isso, está ficando perigoso. Essas pessoas têm que ser penalizadas. Vocês da imprensa têm que identificar, levar e fazer com que paguem por isso. Não dá, não é aceitável, caso contrário, onde tiver qualquer movimento a imprensa pode ser agredida, tem que reprimir isso duramente.”
Ao finalizar, Botelho afirmou que alguns baderneiros e vândalos estão infiltrados na manifestação. Neste caso, o deputado defende a prisão, “para servir de exemplo para que outros não criem ânimos para sair agredindo as pessoas.”
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