A Polícia Federal de Mato Grosso apreendeu nesta quinta-feira (19.09), no escritório do advogado Mardem Tortorelli, vários documentos do ex-secretário chefe da Casa Civil e da Copa do Mundo, Éder Moraes. Informações de bastidores dão conta de que, o advogado que teve sua residência e escritório como alvo da PF, seja uma espécie de “laranja” de Éder.
Na residência do advogado foram apreendidos três carros de luxo, sendo um Audi preto, uma Freemont e uma SW4, além de documentos. Já no escritório houve apreensão de computadores e mais documentos.
Ele passou toda a manhã na sede da PF onde prestou depoimento sobre o suposto envolvimento em duas organizações criminosas, sendo uma por lavagem de dinheiro e outra por má gestão de recursos de entidades previdenciárias públicas.
O caso veio à tona hoje durante a Operação Miquéias, deflagrada em Brasília e em outros Estados.
Em entrevista Tortorelli negou que tenha negócios com Éder Moraes, ou que seja laranja dele. Segundo o advogado, ele prestava assessoria jurídica ao ex-secretário de Estado, inclusive junto ao Mixto Esporte Clube, do qual Éder é presidente.
Informações de bastidores dão conta ainda que Tortorelli seria um dos sócios da TV Pantanal, adquirida por Éder Moraes. Neste caso, ele também seria “laranja”. O advogado confirmou que possui parte da empresa, mas que não tem ligação nenhuma com o ex-secretário de Estado. Ele comentou ainda que não atua no ramo de Comunicação e nem tem essa pretensão.
“Não sou laranja, nem tangerina. Tudo o que tenho e está em meu nome é meu. Não tem nada do Éder Moraes. Tenho uma relação profissional com ele, atuo para o Mixto, para AFAM e além disso, somos amgos”, afirmou.
Tortorelli disse ainda ser amigo pessoal de Éder e de sua família. Segundo ele, uma amizade que dura mais de 20 anos, eles se conheceram quando o ex-secretário de Estado atuava como gerente de banco na Capital.
Operação Miquéias - Segundo a PF, trata-se de uma organização criminosa que, sob o manto da empresa Invista Investimentos Inteligentes corrompia prefeitos e gestores de Regimes Próprios de Previdência Social, a fim de que eles aplicassem recursos das respectivas unidades previdenciárias em fundos de investimentos com papéis alto atrativos, com alta probabilidade de insucesso.
Os prefeitos e gestores eram aliciados por lobista – acusação que pesa contra Tortorelli e por meio de “pastinhas”, mulheres bonitas que percorriam o país apresentando o fundo de investimento.
Os lucros eram transferidos para empresas de fachada sediadas em Brasília e depois que circulavam em outras contas eram sacados em espécie.
Em Mato Grosso, Tortorelli, segundo a PF, prestou serviços para a Invista e feito contato com prefeitura de Cuiabá e Várzea Grande, além de algumas do Interior.
Indiciamento - O delegado foi indiciado por formação de quadrilha e tráfico de influência. Os veículos apreendidos ficam detidos na PF até que a origem dos mesmos seja comprovada.
Outro lado - A reportagem tentou contato com Éder Moraes, mas as ligaçõesnão foram atendidas.
Entre no grupo do VGNotícias no WhatsApp e receba notícias em tempo real (CLIQUE AQUI).