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Polícia Sábado, 05 de Janeiro de 2019, 10:30 - A | A

Sábado, 05 de Janeiro de 2019, 10h:30 - A | A

Colniza

Tiroteio na fazenda de Riva deixa um morto e nove feridos

Edina Araújo/VG Notícias

Reprodução

Colniza

 

A cidade de Colniza, a 1065 km de Cuiabá, virou um "campo de guerra" na manhã deste sábado (05.01), por conta da invasão da Fazenda Bauru, conhecida como fazenda “Magali”, do ex-deputado José Riva.

A segurança da fazenda é feita pela empresa Unifort Segurança Patrimonial e segundo João Benedito da Silva Neto, representante da empresa, disse ao oticias, que a fazenda está legalizada, já houve duas reintegrações de posse pela Justiça, e há mais de um ano, a Unifort faz a segurança da fazenda. Ele disse que já houve três tentativas de invasões e classificou os invasores como "bandidos".

"A fazenda é do Riva, houve invasão dos sem-terra, que agora não é mais sem-terra, segundo Bolsonarao são bandidos, eles tentaram entrar na fazenda agora, emboscaram uma guarnição minha de seis homens, houve troca de tiros, morreram dois bandidos e cinco baleados, estão no hospital em Colniza. Um vigilante meu foi baleado, mas não aconteceu nada porque estava usando colete balístico. Estou subindo pra Colniza com mais 15 homens pra reforçar lá", contou João Benedito.

O oticias teve acesso ao áudio em que o policial, que comanda a operação, explica para o comandante, que os 'invasores' fizeram emboscada. "Passando pela ponte lá, pelo curral, eles já estavam fazendo emboscada, a gente conseguiu visualizar um de longe, ai a gente percebeu que era emboscada, abordamos este um, ai eles vieram com tudo pra cima, dando disparo contra a guarnição, conseguimos nos abrigar, graças a Deus não acertou ninguém, não acertou a viatura, estão com arma longa, e ai a gente revidou, eles queriam colocar fogo na viatura, graças a Deus a gente conseguiu tirar e ninguém foi alvejado. Eles estão em torno de 130 a 150 homens, agora tivemos que recuar pra sede, mesmo porque na troca de tiros ficamos com pouca munição e ai não dá pra trocar mais entendeu. A gente recuou e eles recuaram também. Pelo que a gente visualizou, comandante, uns cinco ou seis deles alvejados, inclusive mulher, possivelmente", relatou o chefe da equipe da PM.

A Polícia Militar pediu reforço ao comandante da PM, porque a preocupação é que os sem-terra entrem na cidade. Segundo o policial militar, chefe da operação, os sem-terra usam armamentos pesados. "Neste momento estão precisando de apoio comandante, porque se eles vierem pra sede, pela quantidade de gente que eles têm, nós vamos ter que recuar. Vamos tentar fazer o possível pra segurar, mas com a quantidade de homens que a gente está aqui, acho que não consegue segurar, eles estão em muitos e com muito armamento pesado", disse um policial em áudio que o oticias teve acesso.

Entenda-  O Ministério Público alertou em outubro de 2018, que cerca de 200 pessoas ocuparam a Fazenda Agropecuária Bauru (Magali), que possui 46 mil alqueires. Prevendo o conflito, o MP reiterou o comunicado as autoridades competentes pedindo providências, pois havia possibilidade de um confronto entre posseiros e seguranças. Riva contratou empresa de segurança patrimonial para garantir que a fazenda não fosse invadida.

De acordo com o MPE, a Fazenda Agropecuária Bauru vem sofrendo invasões desde o ano 2000 e que, após a reintegração de posse ocorrida em 2017, as ameaças se intensificaram até culminar com a invasão do grupo que tomou as terras à força.  

O juiz da Vara Cível Especializada de Direito Agrário de Cuiabá, Emerson Cajango, determinou novamente a reintegração de posse da Fazenda Agropecuária Bauru (Magali), de 110 mil hectares, no município de Colniza (a 1.065 km de Cuiabá), de propriedade do ex-deputado José Riva e do ex-governador Silval Barbosa.

“Nesse diapasão, em que pese o receio da deflagração de um conflito, desponta, com efeito, a possibilidade de que a demora no cumprimento da ordem judicial de reintegração de posse permita o agravamento da situação com o restabelecimento do contingente inicial de ocupantes na área o que viria a dificultar a atuação do Poder Público na sua consecução”, diz trecho da decisão.

Vídeo do tiroteio.

 

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