O 2º sargento da Polícia Militar e servidor da Gerência de Proteção de Dignatários, que atua na segurança da Primeira-dama Virginia Mendes, Eros Rogerio Barros Araújo, 44 anos, foi denunciado por supostamente agredir uma criança, menor de idade, cuja identidade não será revelada. O fato teria ocorrido na última terça-feira (20.08), na residência da família no bairro Santa Rosa, em Cuiabá.
O tio do menor relatou no Boletim de Ocorrência (B.O), que estava levando o sobrinho (não biológico) para cortar o cabelo, quando ainda dentro do veículo percebeu que o menino estava gemendo de dores. Ao indagá-lo, a criança mencionou que havia sido espancada por Eros Rogerio, identificado no boletim de ocorrência como padrasto da criança.
Procurado pela reportagem do , Eros afirmou que a criança caiu de um balanço e que a denúncia foi feita por um tio interessado em se apropriar da pensão que seria recebida pelo menor. Leia a manifestação no final da matéria.
Conforme o BO, a criança disse para o tio que na noite anterior saíram para jantar fora, e quando retornaram para casa, ele teria se negado a entrar na casa em tom de brincadeira, momento em que a agressão teria ocorrido.
O denunciante citou na ocorrência que o menor apresentava lesões como hematomas, cortes e possíveis arranhões. Segundo ele, diante da situação ligou para a mãe do sobrinho, R.F.S.A., mas a mulher teria dito que era um exagero e que o filho estava terrível.
O homem disse que iria denunciar o fato às autoridades, a mulher foi até o salão e levou a criança embora. O caso foi levado às autoridades competentes com a presença do tio e de uma tia materna da criança.
A reportagem do recebeu fotos de partes do corpo da criança supostamente agredida por Eros Rogerio. (confira no final da matéria)
Outro lado
A Reportagem do entrou em contato, na manhã desta segunda-feira (26), com policial militar Eros Rogerio, que por telefone negou as acusações, alegando que não tem vínculo afetivo com a mãe do menor. Segundo ele, mantém uma relação comercial com R.F..
Em relação ao registro de ocorrência, Eros disse que foi informado por R.F., que no domingo (18), a criança havia caído de um balanço e se machucado. "A R.F. me falou que ** estava brincando no balanço quando a corda arrebentou e ele se machucou. Mas como ele não bateu a cabeça, não desmaiou, ela não levou no médico", explicou Eros.
Ainda ao , o policial relatou que foi ver o menor somente na terça (20), quando foi buscá-lo na escola. Eros detalhou que quando chegou na unidade escolar presenciou a criança se envolvendo numa briga um colega. Diante da situação, Rogerio teria comunicado R.F sobre o ocorrido. A mãe teria repreendido o filho.
"Eu fui buscar o menino, pois ela (R.F) estava no nosso empreendedorismo em Várzea Grande, e eu estava perto da escola, ela me pediu para pegar ele. Quando eu cheguei ele estava na escolinha de futebol e eu esperei. Momento que presenciei ** brigando de porrada com um menino maior. A mãe já tinha pedido para ele parar com essa brincadeira de porrada. Em casa, quando contei o ocorrido, ela brigou como mãe, esculhambou, disse que ia tomar o tablet dele. Mas não houve agressões".
Questionado o que levou o tio a registrar essa ocorrência, Eros disse que a falsa denúncia foi motivada pela pensão que o menor recebe do pai já falecido. Eros disse que esse tio não tem filhos biológicos, e deseja a guarda da criança citada no B.O.
"Ele (tio do menor) foi fazer essa denúncia com o intuito final de tomar a guarda dessa criança. Quando ele ligou para a R.F. na quarta (21) no salão, falando que ** disse que foi agredido por mim, ela negou, disse que não tinha acontecido nada disso. E tudo isso foi justamente no aniversário da R.F., e ela saiu da cidade com o filho para comemorar juntos".
Ainda conforme o sargento, como R.F. não estava na cidade e devido à gravidade do caso, ele procurou a avó do menor e foram juntos para Delegacia da Polícia Civil, onde conversaram com o delegado Vitor Hugo. Segundo Eros, ficou acordado que R.F. iria se apresentar na delegacia para levar as provas de que o menino havia caído do balanço.
O tentou contato por email com assessoria da Polícia Militar e Polícia Civil, mas até o fechamento da matéria não obteve resposta. O espaço segue aberto para manifestação.
Em maio de 2024, o governador Mauro Mendes (União), por meio do Decreto n° 896, promoveu, por "ato de bravura", o posto de 2º sargento ao PM Eros Rogerio Barros Araújo.
Atualizada às 16h48 - Após a matéria ir ao ar, a assessoria da Polícia Civil (PJC) respondeu o email, confirmado o registro de boletim de ocorrência no Plantão de Atendimento a Vítimas de Violência Doméstica de Cuiabá. A PJC informou, ainda, que o caso foi encaminhado para Delegacia Especializada de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente (Deddica) de Cuiabá para continuidade das investigações.
"As investigações estão em andamento e mais detalhes não serão passados por se tratar de vítima menor de idade", diz trecho da nota.
Atualizada às 18h42 - A Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp-MT) enviou nota sobre o caso informando que a investigação segue em sigilo e que a mãe da criança prestou esclarecimentos sobre o caso.
A Secretaria de Segurança Pública informa que a denúncia foi registrada na Delegacia Especializada de Defesa da Criança e do Adolescente (Deddica) e seguida da imediata instauração de procedimento de investigação. Informa ainda, que no dia 22, quinta-feira, o policial compareceu espontaneamente à delegacia para prestar esclarecimentos.
Na tarde de hoje(26.08), a mãe e a criança, que estavam em viagem, também compareceram à mesma unidade policial para prestar as informações necessárias ao esclarecimento e adoção das medidas legais, caso necessárias.
A Sesp destaca que a apuração segue em sigilo por se tratar de situação envolvendo menor.
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