O delegado da Polícia Federal em Cuiabá, Daniel dos Anjos Pereira, mandou a Receita Federal analisar as notas fiscais da Fênix DTVM, apresentadas como prova de que os 8 kg de ouro apreendidos em Cuiabá na última quinta-feira (25.07) pertencem à empresa. O despacho data da última quinta (25.07).
A diretora de operações da empresa prestou depoimento logo após a prisão do piloto e do copiloto, que foram detidos por conta de um voo clandestino que trouxe o ouro de Redenção, no Pará, para Cuiabá. O vendedor do ouro, representante da empresa Tucan Mineração, apresentou notas fiscais da compra do ouro que totalizaram R$ 5,8 milhões.
Segundo a PF, foram encontradas irregularidades na documentação apresentada pelo vendedor. Leia mais sobre o assunto: Piloto e copiloto de avião com ouro são presos; minério seria vendido por R$ 5,8 milhões
"A Nota Fiscal apresenta como cidade do vendedor o município de DUQUE DE CAIXAS, porém, no Estado de Mato Grosso, o que é inexistente. E, ainda, o município de origem é a cidade de GOIÂNIA, todavia, os pilotos afirmaram que vieram de REDENÇÃO/PA. Derradeiramente, o avião clandestino foi contratado pelo vendedor e o ouro ainda lhe pertencia, razão pela qual há eventual conexão entre o ouro e a sua entrega através de voo clandestino", diz trecho do despacho do delegado.
A PF também afirmou que não consta a prova da regularidade da primeira aquisição do ouro produzido, que deveria incluir um recibo de venda e a declaração de origem do ouro.
Em depoimento à PF, a diretora de operações da Fênix DTVM afirmou que a empresa não havia pagado pelo ouro e que, com isso, a posse ainda era da Tucan Mineração. Além do funcionário da Tucan Mineração, do piloto e do copiloto, que foram presos, havia também um Coronel da Polícia Militar do Pará no voo interceptado pela polícia de Mato Grosso. Leia mais sobre o assunto: Coronel da PM do Pará estava em avião com 8kg de ouro que pousou em Cuiabá
A empresa Fênix DTVM pertence ao empresário Rodolpho do Carmo Ricci, investigado na Operação Hermes como um dos compradores de mercúrio ilegal. A operação foi deflagrada em 2023 pela Polícia Federal.
Soltura dos pilotos
A Justiça Federal revogou a prisão do piloto Hamilton Lopes da Conceição e do copiloto Luiz Fellype Messias Castro, que foram presos na última quinta-feira (25.07) após serem flagrados com ouro avaliado em mais de R$ 5,8 milhões, em um avião que fez um pouso forçado em Cuiabá.
A revogação da prisão ocorreu em audiência de custódia realizada na sexta-feira (26), pelo juiz federal Fábio Henrique Rodrigues de Moraes Fiorenza. A dupla foi presa pela Polícia Federal, que constatou a apreensão de 8 kg de ouro.
O voo era clandestino e tinha saída de Redenção, interior do Pará. Não havia plano de voo e a aeronave estava com o Certificado de Verificação de Aeronavegabilidade (CVA) vencido.
Leia mais: PF apura se ouro apreendido em aeronave pertence a mineradora com ligações políticas
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