Depoimentos de presidiários prestados à Polícia Civil complicaram ainda mais a situação do ex-diretor da Cadeia Pública de Nova Mutum, Henrique Francisco de Paula Neto, o Chindo e dos agentes penitenciários Fabian Carlos Rodrigues Silva, o Fabi, e Luiz Mauro Romão da Silva, conhecido como Romão. Um dos detentos afirmou que, com frequência, os 3 servidores investigados “permitiam que objetos e drogas entrassem no estabelecimento prisional mediante pagamento do valor de R$ 800 a R$ 1.5 mil”.
Dessa forma, a Justiça converteu em prisão preventiva, a prisão em flagrante dos 3 servidores públicos feita no dia 5 deste mês. A decisão é da juíza Myrian Pavan, da 2ª Vara Criminal de Nova Mutum. A magistrada homologou o flagrante e diante de evidências e depoimentos que incriminam os 3 servidores, optou por manter preso o trio que está há 5 dias no presídio militar de Santo Antônio do Leverger (34 Km ao sul de Cuiabá).
Eles são acusados de facilitação de fuga na cadeia depois que 27 presos fugiram pela porta da frente com a ajuda de 2 mulheres na noite do dia 4. Elas seduziram e levavam wisks e energéticos para consumirem junto com os agentes, sendo que na bebida continha uma substância que fizeram os eles dormirem. Assim, aproveitando-se que os agentes estavam dopados, as celas da cadeia foram abertas resultando na fuga de 27 presos, além da subtração de 3 espingardas e 1 revólver calibre 38 de propriedade do Estado. No processo, as mulheres são apontadas como “garotas de programa”.
Em sua decisão proferida na última sexta-feira (6), a juíza destacou que analisando atentamente os autos entendeu estar presente a prova da existência do crime e os indícios de autoria, o que se pode constatar pelo auto de prisão em flagrante, bem como pelos depoimentos dos próprios investigados e dos policiais que efetuaram suas prisões, além do relato do detento Guilherme Rodrigues da Silva e Oliveira.
Guilherme foi um dos 27 presos que fugiram, mas voltou e confirmou à Polícia Civil detalhes do plano de fuga arquitetado pelos presidiários Bruno Ojeda Amorim e Fernando Ruela e pela namorada do Bruno, N. M, e sua amiga. O preso também relatou que o agente Luiz Mauro entregou uma garrafa de wisk na cela número 5, onde Bruno estava. O ex-diretor da unidade, Henrique nega que estivesse presente no momento dos fatos, mas a juíza diz que “não é o que se constata pelas declarações das pessoas ouvidas perante a autoridade policial”. Isso porque os próprios agentes policiais investigados afirmaram em depoimento que as garotas chegaram às 21h30 no local e o então diretor Henrique estava acordado naquele momento, inclusive fumando um cigarro na porta da Cadeia.
“Outrossim, o detento Willian, corroborando com as informações, afirmou que, com frequência, os referidos três investigados permitiam que objetos e drogas entrassem no estabelecimento prisional mediante pagamento do valor de R$ 800,00 a R$ 1.500,00”, ressalta justificando os motivos de decretar a prisão preventiva.
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