Uma cabo da Polícia Militar de Rondonópolis (a 212 km de Cuiabá), identificada pelas iniciais T.S.N.S., 37 anos, registrou um boletim de ocorrência na última segunda-feira (17.10), acusando seus superiores de assédio moral.
Conforme boletim de ocorrência, a policial disse que os assédios começaram em 2020, na pandemia da Covid-19, quando precisou pedir para trabalhar no período da tarde, alegando que na época não tinha com quem deixar as filhas menores, já que as elas estavam fechadas.
A policial só contava com a ajuda da mãe para cuidar das filhas, e sua genitora trabalhava em uma feira pela manhã, e só poderia cuidar das netas a tarde. O marido trabalhava período integral em área rural.
Segundo a militar, toda vez que solicitava a troca de período, começavam a prejudicá-la, fazendo as escalas ao contrário. Durante o suposto período de perseguição, a policial trabalhou na Força-Tarefa, patrulha rural, Cia Operária, Cia Aurora, ronda escolar e depois Força-Tarefa novamente.
Ela ainda citou, que em novembro de 2021, quando estava na Cia Operária, como forma de humilhação contra sua pessoa, todos os colegas de farda receberam moção de aplausos da Câmara Municipal de Rondonópolis, menos ela, que teve o nome retirado da lista.
A vítima citou também os problemas que passou ao se afastar 60 dias para fazer uma cirurgia delicada do olho.
Ainda conforme o B.O, a policial chegou a tentar por diversas vezes falar com o capitão para resolver a situação, e que na última vez perdeu a cabeça, ao sair da sala no capitão e quase descarregar sua arma em uma caixa de areia.
Na ocasião, ela foi presa, e acabou no hospital diagnosticada com Síndrome de Burnout. Ao realizar o corpo de delito, o médico também atestou para a mesma síndrome.
Na audiência de custódia, a policial teve a liberdade provisória concedida. A Promotoria de Justiça ofereceu um acordo, onde a militar aceitou, e ficou decretado que ela pagaria três salários mínimos e mais 100 horas de serviço comunitário, por efetuar sete disparos de arma de fogo.
A vítima disse que chegou a ser prejudicada pelos suspeitos, quando seria promovida a 3º Sargento, na ocasião, alegaram que ela não poderia receber a promoção, pois já havia sido presa.
Já em setembro deste ano, a policial procurou o coronel e relatou o seu problema, e ainda contou que outras colegas também estariam sendo coagidas pelos superiores.
Na ocorrência, a militar afirmou que neste mês de outubro, percebeu que tem sido seguida por um veículo, em diversos locais, e que temendo pela família, solicitou às autoridades responsáveis, com pedido de urgência, proteção policial para ela, filhas, marido e mãe, após ela ter exposto o caso.
Vale destacar, que a Síndrome de Burnout, o qual ela foi diagnosticada, também conhecida como Síndrome de Esgotamento Profissional, é um distúrbio emocional com sintomas de exaustão extrema, estresse e esgotamento físico resultante de situações de trabalho desgastante, que demandam muita competitividade ou responsabilidade.
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