Um dos envolvidos nos assassinatos de Raimundo Rodrigues e Thiago Ventura, pai e filho, no dia 06 de outubro de 2024, na região da Passagem da Conceição, em Várzea Grande, é um adolescente de 15 anos. Aos policiais, o suspeito contou, em depoimento em janeiro, que as vítimas foram submetidos ao “tribunal do crime” porque Thiago era envolvido com a facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC). Leia matéria relacionada - Vídeo: Corpos carbonizados são encontrados em carro na Passagem da Conceição em VG
O investigado relatou que os demais envolvidos foram lhe buscar no bairro Nova Esperança, em Cuiabá, com as duas vítimas dentro do carro e amarradas. Posteriormente, pai e filho foram levados para o bairro Mapim, em Várzea Grande, ocasião em que supostamente Thiago Ventura teria confirmado ser ligado ao PCC.
“O filho confessou que era faccionado, só que o pai dele quis pagar de herói, aí tivemos que matar os dois”, declarou o investigado. Raimundo supostamente sabia do envolvimento do filho à facção rival dos criminosos e teria tentado acobertar a situação.
Ele explicou ainda que inicialmente atiraram contra os dois e depois realizaram torturas, como esfaqueamento. Thiago, o mais jovem, teve a cabeça quase arrancada do corpo, segundo o investigado. Fotos foram enviadas ao ‘gerente’ da organização criminosa que havia decretado a morte das vítimas – ele segue solto.
"Os caras foi lá, buscou eu, cheguei, fiquei rindo dos caras porque os caras era PCC, falei que os caras era outra facção, zoava dos caras, aí nós deu facada nos caras, nós deu tiro, aí o outro mano lá quase arrancou a cabeça do filho, aí nós pegou e depois que eles morreu nós só avisar os caras e falaram que era para queimar e a gente queimou" (SIC), contou o adolescente.
Os corpos das vítimas foram queimados na manhã seguinte, por volta das 4h. Na Passagem da Conceição, Raimundo e Thiago foram algemados e deixados dentro do porta-malas do veículo, enquanto os criminosos atearam fogo. Segundo o investigado, seis pessoas participaram do crime – sendo que somente o menor e mais dois realizaram as execuções.
Sequestro da mãe de Thiago
A mãe de Thiago Ventura também foi levada pelos criminosos, contudo, por não saber do suposto envolvimento do filho ao PCC, foi liberada por eles.
"Não tínhamos prova que ela era faccionada, entendeu? Ela até tentou fazer um escândalo, mas aí os caras conversaram com ela. Nós fomos de boa com ela, não batemos, só soltamos", declarou o menor.
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