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Polícia Quinta-feira, 17 de Março de 2022, 08:40 - A | A

Quinta-feira, 17 de Março de 2022, 08h:40 - A | A

Cuiabá e VG

Polícia cumpre mandados em MT e 16 Estados; grupo movimentou R$ 1,8 bi em lavagem de dinheiro

Entre os municípios de Mato Grosso estão Cuiabá e Várzea Grande

Gislaine Morais/VGN

A Polícia Civil cumpre na manhã desta quinta-feira (17.03), 30 ordens judiciais, entre mandados de prisão, busca e apreensão, em seis municípios de Mato Grosso, entre eles Cuiabá e Várzea Grande. A ação no Estado é em apoio a Operação “Smufing” deflagrada pela Polícia Civil do Estado de Pernambuco.

A operação é uma das maiores já realizadas no Estado, possui alvos em 17 Estados brasileiros, incluindo 30 sociedades empresariais, o que revela uma investigação de consideráveis proporções e alta complexidade, sobretudo em razão da natureza do crime e as práticas adotadas para acobertá-lo.

Em Mato Grosso, os trabalhos estão sendo executados pelas equipes da Delegacia Especializada de Repressão a Entorpecentes (DRE) e Delegacia Especial de Fronteira (Defron) e Delegacia de Pontes e Lacerda, sob a coordenação das delegadas Juliana Chiquito Palhares e Judá Maali Marcondes.

Investigações - A operação tem como base uma investigação policial iniciada em 2018 pela 42ª Circunscrição Policial – Delegacia de Ipojuca, e realizada em conjunto com a Diretoria de Inteligência da Polícia Civil de Pernambuco, o Laboratório de Tecnologia contra Lavagem de dinheiro (LAB-LD) e NIDIM, para apurar a prática dos crimes de lavagem de dinheiro e organização criminosa.

As investigações partiram do tráfico de drogas em Ipojuca (PE), que em um trabalho minucioso, acompanharam o caminho do dinheiro obtido através do tráfico, passando pelos operadores financeiros e empresas utilizadas por uma organização criminosa para atribuir a falsa aparência de licitude aos recursos de origem ilícita.

O trabalho investigativo que visa combater organizações criminosas, com foco não apenas à responsabilização criminal dos integrantes, mas também na asfixia financeira da organização, enfraquecendo sua estrutura e, sobretudo impedindo que aquela continue a desfrutar das riquezas obtidas de forma ilícita. A operação possibilitou o bloqueio de aproximadamente 1,8 bilhões, tamanha a proporção do fluxo financeiro da organização criminosa.

As investigações revelaram uma estreita relação de alguns investigados com a Bolívia, sobretudo alvos residentes na região de fronteira. As informações indicaram que tal região é, provavelmente, uma das rotas pelas quais drogas ilícitas com origem boliviana entram no país.

Outro ponto que chamou atenção nas investigações, foi a quantidade expressiva de mulheres atuando na organização criminosa em comento, totalizando 40 mulheres investigadas.

A operação da Polícia Civil de Pernambuco contou com apoio da Inteligência da Polícia Civil de Mato Grosso, da Delegacia Especializada de Repressão a Entorpecentes (DRE) e da Delegacia Especial de Fronteira (Defron) para cumprimento dos mandados, com reflexos positivos em várias regiões do país, posto que representa o forte embate à estrutura de uma das maiores organizações criminosas atuantes no Brasil.

Nome da operação - O nome da operação, “Smurfing”, faz referência a uma das técnicas utilizadas pelos criminosos na lavagem de recursos, na qual são realizados diversos depósitos de pequeno valor, em variados dias e horários, para dissimular a origem ilícita do dinheiro, prática muito utilizada por traficantes de drogas. (com informações da PJC)

Leia também - Mulheres e jovem são presos em VG com drogas que iriam para outro Estado

 

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