A Polícia Federal (PF) instaurou inquérito para apurar possíveis irregularidades na gestão de recursos públicos federais pela Santa Casa de Misericórdia de Rondonópolis. A investigação foi aberta no dia 17 de setembro deste ano.
A investigação foi aberta a pedido do Conselho Regional de Medicina do Estado do Mato Grosso (CRM-MT) e tem como foco uma emenda parlamentar de R$ 10 milhões do deputado federal José Medeiros (PL) destinada ao pagamento de honorários médicos.
O CRM-MT alega que a Santa Casa de Rondonópolis acumula dívidas de R$ 12 milhões com médicos, apesar de ter recebido R$ 114,2 milhões do Fundo Municipal de Saúde em 2023 e 2024, incluindo repasses federais, estaduais e municipais. A entidade afirma que a Santa Casa rescindiu contratos com empresas médicas que prestavam serviços de ginecologia e obstetrícia, sem realizar os pagamentos devidos, e contratou outras empresas para substituí-las.
O CRM-MT aponta indícios de fraude na execução contratual e prestação de serviços médicos, alegando que a Santa Casa paga por mais profissionais do que os que efetivamente estão prestando serviço. O Conselho também questiona a demissão do diretor técnico da unidade, que havia notificado a Santa Casa sobre a possibilidade de paralisação dos médicos em novembro de 2023.
A PF solicitou ao Núcleo de Análise da DPF/ROO/MT que realize diligências para apurar a destinação dos recursos federais repassados à Santa Casa, incluindo a análise do convênio citado pelo CRM-MT e a identificação dos diretores da entidade em 2023 e 2024. O inquérito policial foi comunicado ao Ministério Público Federal (MPF) em Rondonópolis.
A investigação da PF busca esclarecer se houve desvio de recursos públicos e se a emenda parlamentar do deputado José Medeiros foi utilizada de forma correta.
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