O padre Nelson Koch, 54 anos, acusado de abusar de crianças e adolescentes, no município de Sinop (a 479 km de Cuiabá), se entregou à polícia, na noite dessa sexta-feira (18.03), após ter a prisão decretada na quarta (16). Ele foi levado para o Centro de Custódia de Cuiabá.
Segundo informações, Nelson foi indiciado no início deste mês por estupro de vulnerável e importunação sexual. O processo tramita em sigilo por envolver menores de idade. O suspeito foi preso no dia 17 de fevereiro após a denúncia de uma das vítimas. Nelson foi solto quatro dias depois.
Consta do inquérito, que há outros indícios de que ele cometeu os crimes. Nove pessoas foram ouvidas durante as investigações da Polícia Civil em Sinop, entre elas cinco vítimas.
Uma das vítimas relata que sofreu abusos quando tinha nove anos. Os pais das vítimas e o padre eram amigos. Em confiança, os pais deixavam ele e o irmão mais novo na casa do padre quando participavam de festas na paróquia.
No depoimento, a vítima contou que o padre tinha comportamentos que na época não via como malícia. “Eram carícias, colocava no colo, me deitava em cima dele, me chamava para ir deitar. Na primeira eucaristia você tem aquela primeira confissão que você faz com um padre. Eu estava nervoso em um nível absurdo. Não conseguia falar", disse a vítima.
O rapaz conta que a primeira coisa que o padre perguntou durante a confissão, era se ele lembrava das "brincadeiras" feitas.
"Eu me recordei e isso me causou uma sensação terrível, uma mistura de medo e raiva. Contei para os meus pais sobre isso e não culpo muito eles, mas ficaram com medo de levar essa história para frente, de ir em uma delegacia ou fazer alguma coisa”, relata.
Durante a investigação, o delegado informou que a mãe de um dos adolescentes declarou que o filho trabalha desde o ano passado na igreja liderada pelo religioso e teria sofrido abusos sexuais praticados em diferentes períodos.
Outro lado — Um dos advogados que defende o padre, Carlos Alberto Koch, disse ao que o processo está sob segredo de justiça e sigilo "Não posso comentar sobre o processo", disse.
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