A Delegacia Especializada de Crimes Fazendários (Defaz) deflagrou na manhã desta quarta-feira (16.02) a Operação “Pirâmide de Morfeu” em Primavera do Leste (a 239 km de Cuiabá) contra crimes tributários que envolvem a criação de um grupo financeiro fictício no setor do agronegócio mato-grossense.
Segundo as investigações da PJC, um grupo financeiro fictício constituiu várias empresas, aparentemente vultosas, com atuação em diversos segmentos econômicos. Elas exibiam propagandas e vídeos comerciais bem produzidos, "prometendo às vítimas enormes ganhos a partir de investimentos no agronegócio mato-grossense."
Todavia, as informações exibidas eram todas de fachada, sem qualquer lastro econômico, inclusive, com a apresentação de propriedades rurais que não pertencem à organização.
“Com isso, os investidores (vítimas) eram ludibriados com a promessa de retornos financeiros muito acima da média comercial, fraudando o fisco estadual e instituições bancárias por intermédio dos investigados J.P.C. D.S. e T.A.D.S.N.. Os dois são irmãos e já foram investigados por estelionato e respondem a diversos processos de execução. Um deles, T.A.D.S.N. foi preso em uma operação da Polícia Civil do Estado do Maranhão por estelionato e possui diversos boletins de ocorrências registrados pelo mesmo crime.”
Ainda conforme as investigações, as empresas criadas pertencem ao fictício grupo econômico Agro Bom Sucesso, Grupo SBS e Confraria Agrícola.
“A investigação apurou que, até o momento, há diversas vítimas da organização criminosa que investiram valores de R$ 50 mil e R$ 250 mil e outras aplicaram valores acima dessas quantias e estão com dificuldades para receberem o valor do investimento e dos altos do lucros prometidos.”
Ao todo, a Operação “Pirâmide de Morfeu” deve cumprir 17 ordens judiciais de busca e apreensão domiciliar contra alvos investigados por crimes contra a ordem tributária e economia popular, falsidade ideológica e organização criminosa. Os mandados incluem o sequestro de bens e valores pertencentes ao grupo criminoso, o bloqueio de várias contas correntes e de três veículos.
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INVESTIGAÇÃO - De acordo com a Sefaz, a empresa Agro Bom Sucesso Corretora de Cereais Ltda. iniciou suas atividades, supostamente, em 2018, no estado do Maranhão e, posteriormente, foi transferida para Mato Grosso em 28/10/2019. E, até 22 de março do ano passado, recolheu apenas R$ R$ 149.948,74 aos cofres públicos e declarou ao órgão fazendário estadual a realização de operações comerciais que somam mais de R$ 9 milhões de reais. Porém, os valores relativos à sonegação do fisco são estimados em R$ 1,6 bilhão.
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