Acampamentos e várias máquinas usadas para garimpagem de ouro foram destruídas durante uma operação realizada no início desta semana no Parque Nacional do Juruena, em Nova Bandeirantes (a 980 km de Cuiabá). A ação foi feita pela Polícia Federal em conjunto com o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).
De acordo com a PF, a ação faz parte da Operação Ibi-Çoroc que foi deflagrada na última terça-feira (1º.08) e teve os trabalhos estendidos até no final da tarde dessa quinta-feira (03.08).
Conforme a Polícia, agentes constataram grande número de frentes de lavras recém-abertas, flagrando equipamentos de extração instalados e em operação. A fim de estancar as ameaças ao meio ambiente e coibir novas investidas do grupo criminoso, dada a inviabilidade de apreensão, todo esse material foi destruído ou inutilizado, dentre os quais: cinco escavadeiras hidráulicas de médio e grande porte, 10 dragas (conjunto moto-bomba de recalque), além de acampamentos com estrutura de refeitório e alojamento. O prejuízo aos infratores é de mais de R$ 4 milhões.
Durante a operação, houve a prisão do presidente da Cooperativa de Mineração de Nova Bandeirantes/MT (COOPERRIOS), responsável por uma grande área de garimpo na região, que operava ilegalmente sem autorização de lavra da Agência Nacional de Mineração (ANM). A pena somada dos crimes referentes ao garimpo ilegal pode chegar a 6 anos de prisão.
Imagens de satélites do Programa Brasil M.A.I.S. de áreas objeto de investigações da Polícia Federal e de autuações e embargos do Ibama e do ICMBio mostraram que garimpeiros e grileiros de terras da região continuavam a praticar delitos com potencial de devastação de áreas protegidas de grande valor ambiental. Nas apurações, verificou-se que, ao se apropriarem de terras públicas, os grileiros se associaram a garimpeiros para exploração da área, promovendo o desmatamento de áreas de floresta primária e degradando igarapés intocados mediante a cobrança de um percentual do minério extraído.
Os alertas de desmatamento e mineração ilegal emitidos a partir do monitoramento por satélite permitiram aos agentes identificar os crimes em estágio inicial, com localização de 24 novas frentes de lavra, assim como de seus acessos, em um total de 260 ha de áreas recém abertas, sendo 95 hectares no interior do Parque Nacional do Juruena.
Levantamentos preliminares da perícia da Polícia Federal apontam a ocorrência de danos ambientais imediatos no valor de R$ 46 milhões só com a mineração e mais de R$ 300 milhões com o desmatamento ilegal financiado pela mineração.
As investigações e investidas das forças do Estado contra os delitos ambientais continuam, com especial atenção à identificação das lideranças e demais integrantes da associação criminosa, bem como à sua completa descapitalização, inclusive para reparação dos danos impostos à sociedade.
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