Um fazendeiro, 62 anos, e uma mulher – mãe de uma adolescente, foram indiciados pelos crimes de exploração sexual e estupro de vulnerável, no município de General Carneiro (a 1.737 km de Cuiabá). Na época dos fatos, a adolescente de 14 anos, foi entregue ao idoso pela própria mãe, para manter relação sexual com o agricultor em troca de dinheiro.
Conforme a Polícia Civil, o suspeito tinha o hábito de se relacionar com adolescentes. As investigações contra o crime de exploração sexual, iniciaram após a polícia ser acionada pelo Conselho Tutelar da cidade, que recebeu informações sobre a situação envolvendo a menor. Foi apurado ainda, que o idoso de condição financeira expressiva, fornecia bebida alcoólica à adolescente para as práticas sexuais. Durante diligências foram apreendidas as supostas bebidas alcoólicas fornecidas à menor pelo idoso.
A polícia informou ainda, que para dar aparência de suposta legalidade, os investigados fizeram, por meio de advogado, arranjos jurídicos registrados em cartório, com uma autorização e declaração subscrita, pacto antenupcial e declaração de responsabilidade do investigado visando chancelar uma situação criminosa. A Polícia Civil apurou que a menor foi submetida a essa situação mesmo não concordando.
De acordo com o delegado Joaquim Leitão Júnior, a Lei 13.811/2019 modificou o Código Civil para proibir o casamento a menores de 16 anos e a permissão para adolescentes entre 16 e 18 anos se casarem, com permissão dos pais ou responsáveis, o que não se aplica ao caso investigado.
“Os arranjos jurídicos criados pela mãe da adolescente, a quem caberia protegê-la, e o investigado não poderiam jamais se prestarem para chancelar uma situação claramente ilegal. Além disso, tais atos não podem servir de manta protetora para burlar a lei penal vigente e o próprio Código Civil”, pontuou o delegado.
Já em relação à mãe da adolescente, a Polícia Civil investigou que ela recebeu dinheiro em espécie para que sua filha mantivesse relacionamento com o fazendeiro. Durante depoimento, a suspeita confessou os fatos parcialmente, na parte que lhe convinha, mas foi responsabilizada no inquérito pelos delitos, uma vez que foi comprovado que negociou sua filha, a quem devia proteger.
Em interrogatório, o fazendeiro confessou os fatos com riqueza de detalhes, mas negou que tenha fornecido bebida alcoólica à menor.
A adolescente foi retirada do convívio da mãe e está sob a guarda de outra pessoa.
A Polícia Civil ainda representou à Justiça pelo envio de cópias do procedimento policial para apurar outros fatos cometidos pelos investigados na cidade de Arapoema, em Tocantins, envolvendo menores de idade.
Leia também
Jovem não aceita separação, cogita gravidez e esfaqueia ex-marido em MT
Entre no grupo do VGNotícias no WhatsApp e receba notícias em tempo real (CLIQUE AQUI).