A operadora de telemarketing Lílian Santana comprou, há cerca de dois meses, pela internet, um pacote de tratamento para retirada de varizes. Ela afirma que já na primeira sessão, realizada em uma clínica de estética em Salvador, sofreu queimaduras graves nas pernas.
“Eu sempre me incomodei com esses vasinhos, essas varizes, com a questão das dores, cansaço nas pernas, e quando eu vi esse anúncio na internet com um tratamento que, geralmente custa R$ 600 ou até mais, eu achei: pronto, essa é a minha solução”, disse.
Lílian procurou um dermatologista, que segundo ela, informou que a lesão nas pernas são consequência de queimaduras de primeiro e segundo grau. “Eles [os médicos] não me dão 100% de certeza de que podem sumir as marcas”, diz.
A cliente admite que não conhecia a clínica, mas que só comprou a oferta porque outras duas pessoas conhecidas fizeram o mesmo procedimento no local e não tiveram nenhum problema. Ela informou ainda que foi a primeira vez que fez esse tipo de compra pela internet.
A clínica fica no bairro de Patamares, em Salvador. Na oferta, o centro de estética oferecia dez sessões para tratar os pequenos vasos nas pernas por R$ 179,90. Lilian e uma prima decidiram aproveitar. Seriam cinco sessões para cada uma.
“Minha prima fez duas sessões e não teve nada. Na minha primeira sessão, eu reclamei com a esteticista dizendo que estava doendo. Ela me disse que o procedimento era normal. Como eu nunca tinha feito, eu achei que realmente era normal. Quando eu saí da clínica eu senti muitas dores, ardência, minhas pernas estavam inchadas...”, afirmou a operadora de telemarketing.
A paciente guarda fotos tiradas logo após o procedimento. Ela relata dores nas pernas, bolhas inflamadas e diz que passou um bom tempo sem conseguir andar. Lílian afirma que voltou à clinica e foi informada de que os sintomas seriam normais e poderiam ser tratados com uma pomada.
Denúncia à polícia
O caso foi parar na delegacia após denúncia feita pela paciente, que foi submetida a exame de lesão corporal. “A clínica informa que tem duas posições: ou o ressarcimento do valor pago ao site de compras coletivas ou o término do tratamento, que seriam em cinco sessões. Mas ela [a paciente] em apenas uma sessão já teve queimaduras. O inquérito já foi instaurado para apurar as responsabilidades”, informou a delegada Florisbela Rodrigues.
“Eu sei que nada vai mudar em relação a o que eu estou sentindo, o que eu passei, não posso mais ir à praia, mas eu quero que essas pessoas sejam responsabilizadas, até para que não aconteça com outras pessoas”, disse a operadora de telemarketing.
O responsável pela clínica de estética ainda não prestou depoimento. A coordenadora do centro de estética informou que a mulher estava ciente de que não poderia estar com a pele bronzeada durante o procedimento, e que mesmo assim, teria tomado sol. A coordenadora disse ainda que a cliente teria assinado um documento autorizando o tratamento.
Lílian relatou ao G1 que apenas foi informada através do site de compras coletivas que não deveria se expor ao sol dez dias antes nem dez dias depois do procedimento. "Eles não disseram isso lá na hora do atendimento. Preenchi uma ficha com informações sobre alergias, uso de medicamentos e se havia passado por outros procedimentos médicos, não foi documento", disse ela, afirmando que se expos ao sol dez dias antes do tratamento de varizes.
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