Um dos adolescentes, de 15 anos, acusado de ter executado pelo menos dois, dos três motoristas de aplicativo, entre os dias 11 e 14 de abril, em Várzea Grande, disse em depoimento que conheceu os comparsas há dois meses em uma praça no bairro Cristo Rei.
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De acordo com o depoimento do adolescente, ele se mudou de Rio Branco, Acre, para o bairro da Manga, em Várzea Grande, após seu irmão mais velho ser morto durante um assalto. Na ocasião, ele, e o irmão, tentavam roubar um mercado, quando o proprietário, que estava armado, reagiu e efetuou vários disparos. Dois deles atingiram seu irmão, que não resistiu; o menor também foi ferido nas costas.
Quanto aos crimes de latrocínio, o menor declarou que combinou com os comparsas que roubariam um veículo e dividiriam o valor obtido entre os três. Ele afirmou que chegaram a um consenso de vender o automóvel por R$ 5 mil e, caso não conseguissem realizar a venda em Várzea Grande, tentariam no município de Cáceres, a 218 km de Cuiabá.
O adolescente relatou que ele, e os amigos, se encontraram pelo menos cinco vezes antes de cometer o crime que resultou na morte de Elizeu. O menor afirmou que levou uma faca, pois desejava matar alguém para, de certa forma, vingar a morte de seu irmão mais velho.
O adolescente confessou ter sido o autor do assassinato de Elizeu, enquanto L.F. e o outro menor apenas observaram e o incentivaram. Ele relatou que agrediu violentamente Elizeu e, em seguida, desferiu os golpes de faca. O menor não soube precisar o número de golpes, justificando que estava muito irado no momento. "O motorista se ajoelhou na minha frente e pediu para que não o matasse, mas eu estava com muita raiva e não dei atenção".
O motorista se ajoelhou na minha frente e pediu para que não o matasse, mas eu estava com muita raiva e não dei atenção
No latrocínio contra Nilson Nogueira, de 42 anos, menor relatou que desferiu o primeiro golpe com uma faca e, em seguida, L.F., com um canivete, concluiu o assassinato da vítima. O menor também mencionou que Nilson foi agredido com socos antes de ser morto.
Em outro trecho do depoimento, o adolescente usou a expressão "a gente estava com fome de roubar" ao descrever a saída no domingo, dia 14, para cometer o último latrocínio, que vitimou Márcio Rogério Carneiro, 34 anos. Ele relatou que mataram o motorista a pauladas e, com o dinheiro da conta da vítima, compraram três carteiras de cigarro e quatro latinhas de cerveja. Após isso, não utilizaram o restante do dinheiro, pois destruíram o cartão.
Ao final do depoimento, o menor declarou que já planejavam um novo roubo, mas foram capturados pela polícia. O menor afirmou que não sentia arrependimento; ao contrário, experimentou prazer ao cometer os crimes.
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