O médico obstetra Jarbes Balieiro Damasceno responderá pelos crimes de homicídio culposo pela morte de um recém-nascido e lesão corporal, por agressões a mãe da criança, durante o parto. O caso de violência obstétrica, ocorrido no mês de maio, em Cáceres (225 km a Oeste), é investigado em inquérito da Polícia Judiciária Civil, presidido pelo delegado Alex Souza Cuiabano, titular da Delegacia da Mulher de Cáceres.
Nas investigações foram ouvidas várias pessoas entre médicos, incluindo o pediatra que recebeu a criança, funcionários enfermeiros e parentes da mãe da criança, que estiveram presentes no dia e que confirmaram a conduta arbitrária do médico.
Em interrogatório, o obstetra confessou que usou na paciente o procedimento conhecido como “Manobra de Kristeller”, método não recomendável pelo Conselho Regional de Medicina por ser reconhecidamente danoso à saúde e, ao mesmo tempo, ineficaz, tanto a parturiente quanto ao recém-nascido.
Além dos depoimentos foram juntados aos autos os prontuários médicos da mãe e da criança. Devido à quantidade de documentos, o delegado Alex Souza Cuiabano, encaminhou o procedimento para o Ministério Público com pedido de dilação de prazo e agora aguarda o retorno do inquérito para anexar o relatório conclusivo, para então encaminhar o inquérito ao Poder Judiciário.
A conduta violenta do médico já era investigada em outro inquérito policial, em que o bebê nasceu com braço quebrado e a mães sofreu ferimentos na região vaginal. Neste procedimento, o obstetra será indiciado por lesão corporal grave.
CASO - As investigações contra o obstetra iniciaram após o pai da criança registrar boletim de ocorrência sobre a conduta do médico. Segundo o comunicante, sua esposa deu entrada no hospital, em trabalho de parto, às 09 horas, do dia 29 de maio. Ela passou por uma ultrassonografia que constatou a perda de líquido e que ela teria que fazer uma cesária, porém, o médico optou pelo parto normal.
Por volta das 21 horas, a vítima foi encaminhada para o centro cirúrgico e foi tratada como muita grosseria. Ele mandava que as enfermeiras apertassem a barriga da gestante e era agressivo todas as vezes que a paciente reclamava de dor. O bebê nasceu quase sem sinais vitais e foi encaminhado para UTI neonatal. A criança morreu dias depois em decorrência do parto agressivo. A mãe teve hemorragia interna e até hoje não se reestabeleceu completamente, dependendo de medicamentos e retornando constantemente ao hospital. (Com informações da PJC/MT)
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